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Governo Zema alega ‘sumiço’ da AGU do governo Lula em negociação sobre dívida de MG com a União

Em entrevista à Itatiaia, Secretário Gustavo Valadares diz que AGU (órgão do governo federal) não responde contatos da gestão Zema há quase uma semana

Gustavo Valadares afirmou que órgão do governo Lula não deu retorno sobre pedido do estado

O Governo Zema afirma que a Advocacia Geral da União (AGU) do governo Lula está sumida há mais de uma semana nas negociações sobre a dívida de R$ 160 bilhões de Minas Gerais. Em entrevista à Itatiaia, nesta terça-feira (9), o secretário de Estado de Governo, Gustavo Valadares, alega que o braço jurídico da gestão Lula ‘sumiu’ desde a última quarta-feira.

“O vice-governador este lá (em Brasília) na última quarta-feira, pela manhã, com o advogado-geral da União, o Jorge Messias, e ele respondeu que iria tratar naquele mesmo dia com o ministro Fernando Haddad. Disse ainda que no mesmo dia daria um retorno ao vice-governador Mateus Simões. Estamos até hoje aguardando este retorno e ele não chega”, afirmou Valadares.

Veja mais: Zema: ‘Não temos recursos para pagar a dívida de MG com a atual taxa de juros’

Diante da falta de retorno da AGU, Valadares afirma que a gestão não sabe o que o governo Lula espera da gestão Zema em relação à adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). “Não sabemos se querem que votemos a adesão ao regime junto à União ou se vai aderir conosco no pedido para adiar o prazo junto ao Supremo”, disse o secretário.

O entendimento de Valadares é de que o projeto apresentado nesta terça-feira (9) pelo Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), não será aprovado no Congresso Nacional até o dia 20 deste mês, prazo limite dado pelo STF para Minas Gerais resolver a questão da dívida.

A avaliação do Governo Zema é que o Governo Lula precisa se juntar ao estado para pedir mais prazo ao Supremo Tribunal para resolver a questão da dívida. O secretário Gustavo Valadares afirma que o pedido de dilatação de prazo tem mais força junto ao Supremo com ajuda do governo petista.

“Nós já fizemos esse pedido de maneira unilateral. Na última vez que fizemos, o ministro Nunes Marques, relator do tema, negou este pedido. O STF classificou o assunto como importante e que ele fosse levado para ser tratado em plenário, por todos os ministros. Agora vamos entrar sozinhos pedindo a dilação. Vamos pedir os seis meses, até ter a tramitação do projeto do senador Pacheco resolvida na Câmara e no Senado. Mas, se não, pelo menos até o dia 28 de agosto, que é o dia em que o plenário do STF votará o tema. Vamos fazer esse pedido mais uma vez, de forma solitária, porque até agora a União não se manifestou”, cobrou Valadares.

Prazo curto

O Governo Zema teme que não haja uma solução para a questão da dívida até o próximo dia 20. Com o fim do prazo dado pelo STF, a gestão do Novo seria obrigada a voltar a pagar as parcelas da dívida. Isso, no curto prazo, implicaria no governo ter de pagar R$ 6 bilhões aos cofres da União nas próximas semanas. Outros R$ 20 bilhões terão que ser pagos em 2025.

Valadares disse à Itatiaia que o governo não tem esse dinheiro sobrando nos cofres estaduais. Se for obrigado a pagar, a gestão Zema alega que isso irá significar um duro golpe nas finanças do estado, com possibilidade de atrasos do pagamento dos salários do funcionalismo, o que ocorreu durante a gestão de Fernando Pimentel (PT).

Se o prazo não for dilatado pelo Supremo ou o projeto de Pacheco não for aprovado, o secretário garantiu que a gestão Zema irá colocar o projeto de Regime de Recuperação Fiscal para ser votado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Os parlamentares de oposição ao governo Zema na ALMG alegam que o “RRF” é causar prejuízos aos serviços públicos oferecidos pelo Estado e as carreiras dos servidores públicos estaduais. A oposição acredita que o melhor caminho para resolver a questão da dívida de Minas é o projeto de Pacheco.

A Itatiaia acionou a AGU e aguarda um retorno sobre as declarações do secretário do Governo Zema.

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Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.