A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou um casal de empresários de Uberlândia (MG) pela suposta participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e vandalizadas, em Brasília. O processo, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), perdeu o sigilo no fim de maio por decisão do relator, ministro Alexandre de Moraes.
Os alvos da denúncia são: Cristiene Aparecida de Castro Araújo e José Nilton Almeida de Araújo. O casal é dono de um armazém de materiais de construção.
A Polícia Federal chegou até os nomes deles após denúncia anônima. Um vídeo foi anexado por um denunciante. A partir de análises, a PF identificou Cristiene e José Nilton, embora eles estivessem com os rostos cobertos. Em depoimento, eles se reconheceram nas imagens, confessando, assim, suas participações.
Eles foram denunciados pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por sete crimes: associação criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União; deterioração de patrimônio tombado; concurso de pessoas; e concurso material.
Gonet pede o sequestro e indisponibilidade de bens, direitos e valores de Cristiene e José Nilton. O valor acumulado pode chegar a até R$ 26,6 milhões — correspondente aos danos causados aos edifícios-sedes dos Poderes da República.
Procurada pela reportagem, a defesa de Cristiene e José Nilton disse que não irá se manifestar no momento.