Deputados estaduais de oposição ao governador Romeu Zema (Novo) criticaram a estratégia adotada por parte da base aliada ao poder Executivo nesta quarta-feira (29), durante a votação do projeto de reajuste salarial aos servidores públicos. Após a aprovação em primeiro turno do texto-base, que estabelece aumento de 3,92%, parlamentares deixaram o plenário, impedindo a análise de emendas que poderiam ampliar o crescimento dos vencimentos. Um dos acréscimos propunha a adoção de reajuste de 10,67%.
O líder da oposição, Ulysses Gomes (PT), classificou a tática como “desinteresse”.
“É uma estratégia que, infelizmente, demonstra desinteresse do governo em dialogar e, sobretudo, em fazer jus à valorização e ao reconhecimento dos servidores. Mostra fraqueza no sentido de controle de base e de diálogo com sua própria base, e a total falta de diálogo com a oposição, que desde o início tentou construir (alternativas), com emendas e debates”, disse.
Como as emendas não foram votadas, o projeto
Beatriz Cerqueira, também do PT, foi outra a criticar o esvaziamento do plenário.
“Acho que o governo errou na sua tática. Primeiro, ele demonstra que saiu derrotado do plenário. Segundo, que as mobilizações do funcionalismo estão em ascendente. As categorias estão se organizando e, na semana que vem, será ainda mais intenso”, projetou.
Tempo para analisar emendas
Coube ao líder do governo Zema na Assembleia, João Magalhães (MDB), a tarefa de pedir a recontagem do número de parlamentares em plenário após a votação do texto-base. Como apenas 33 deputados responderam à chamada,
Em nota, Magalhães afirmou que a aprovação do reajuste de 3,62% é um “passo importante” para a recomposição dos salários dos servidores. Ele defendeu a análise, por parte do governo, das emendas que ampliam o reajuste
“A aprovação do texto principal na manhã de hoje (29/05), sem votos contrários, é um passo importante e demonstra a sensibilidade das deputadas e deputados sobre o tema. Do mesmo modo, também é importante que as emendas e destaques a serem votadas na próxima semana sejam analisadas pelo governo quanto à viabilidade real dentro de uma gestão com responsabilidade fiscal”, apontou.
Segundo o emedebista, é “justo e legítimo” que os parlamentares tenham tempo para se debruçar sobre as eventuais mudanças ao projeto original.
“Estamos tratando de um projeto importante para todo o funcionalismo do estado e o tempo de tramitação deve ser o necessário para oferecer aos parlamentares o melhor espaço possível para o diálogo”, pontuou.