O deputado estadual Arnaldo Silva (União Brasil), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia de Minas Gerais (ALMG), subiu o tom contra o governador Romeu Zema (Novo) e fez críticas ao Executivo nesta terça-feira (21). Durante sessão da CCJ para analisar a proposta de reajuste de 3,62% a todos os servidores públicos do estado, ele chamou o índice de “ridículo”, apontou falta de diálogo do Palácio Tiradentes com os parlamentares e falou em “falta de respeito”.
A CCJ é responsável por fazer a primeira análise de todos os projetos enviados à Assembleia e, por isso, é considerado o mais importante comitê da Casa Legislativa. O União Brasil, por sua vez, compõe a base aliada a Zema.
“A gente tem tentado, de todas as formas, fazer com que se estabeleça o diálogo. É o mínimo. Administrar o estado não é administrar as lojas Zema. Será que não vai compreender isso nunca?”, disse Arnaldo, em menção à carreira do governador na iniciativa privada.
Ao líder do governo Zema na Assembleia, João Magalhães (MDB), Arnaldo relatou “decepção” com a postura do governo ante os deputados. Segundo ele, não houve interlocução entre os poderes para tratar dos projetos de lei que aumentam as contribuições previdenciárias dos servidores abrangidos pelo
“Não vamos deixar que o projeto do Ipsemg saia daqui (da CCJ) do jeito que entrou. Se o objetivo é a destruição do serviço público, eu não vou fazer parte”, apontou.
Os projetos do IPSM e do Ipsemg estavam na pauta da CCJ desta terça-feira, mas não foram votados. O único texto a ser aprovado foi o que
No caso do Ipsemg, a ideia do governo mineiro é alterar os valores pagos pelos servidores. O piso das contribuições pode saltar de R$ 33,02 para R$ 60. O valor máximo dos repasses, por sua vez, passaria de R$ 275,15 para R$ 500.
Insatisfação antiga
Arnaldo Silva já vinha demonstrando insatisfação com o governo Zema desde o ano passado. Em setembro, ele protestou contra o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com incidência em produtos tidos como supérfluos.
Nesta terça-feira, o deputado do União Brasil afirmou que interlocutores de Zema precisam explicar, aos deputados, os termos dos projetos enviados à Assembleia.
“Com diálogo e respeito a gente avança em todos os sentidos. Mas, quando não tem diálogo e respeito, não tem como avançar”, pontuou.
O governo de Minas afirmou, à Itatiaia, que não vai comentar as declarações de Arnaldo.