A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve sacramentar na quarta-feira (20) mais um corte de 0,5% na taxa básica de juros, derrubando a Selic de 11,25% para 10,75%, conforme previsão do mercado.
Enquanto a redução de meio ponto percentual é tratada como certa, a indicação sobre o futuro da taxa básica de juros é ainda instável e gera dúvidas nessa véspera de início da reunião, marcada para começar nesta terça-feira (19). O ponto mais importante é saber se o ritmo e a tendência de queda serão mantidos pelo colegiado do Banco Central, ou se haverá desaceleração nos cortes.
No primeiro ano do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente e aliados travaram uma guerra com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelo corte na taxa de juros. Contudo, a redução na Selic começou apenas em agosto, com o primeiro corte em três anos. Na ocasião, o Copom reduziu a Selic de 13,75% para 13,25%.
Assim, nos últimos oito meses, a taxa básica de juros caiu após cinco reuniões do comitê; sempre na ordem de meio ponto percentual. Figuras mais radicais do petismo, como a presidente do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), mantiveram ásperas críticas a Campos Neto, pressionando-o por uma redução mais expressiva; entretanto, o mal-estar com o próprio Palácio do Planalto e com o Ministério da Fazenda foi apaziguado.
A perspectiva inicial do Copom é manter os cortes de 0,5% até o encerramento do primeiro semestre de 2024. Entretanto, uma mudança na direção pode ser indicada após a reunião que se estende por dois dias. Na última edição do relatório Focus, que resume as tendências do mercado coletadas pelo próprio Banco Central, está claro que a expectativa é que a Selic feche o ano a 9%.
