O PSOL acionou nesta sexta-feira (15) o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP) por suposta participação no plano de golpe de Estado no país, que é alvo de inquérito da Polícia Federal. Na representação, o PSOL pede a cassação de Zambelli por suposta quebra de decoro parlamentar.
O partido alega que a deputada pressionou o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), o tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior a aderir ao plano golpista que supostamente estaria sendo orquestrado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). A conversa entre Zambelli e o então comandante da Aeronáutica teria ocorrido após a formatura de aspirantes a oficial da FAB, em 8 de dezembro de 2022, na cidade de Pirassununga, em São Paulo.
O episódio foi narrado por Baptista Júnior em depoimento à Polícia Federal (PF), em 17 de fevereiro, no âmbito do inquérito que apura o suposto plano golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na conversa, segundo o ex-comandante da Aeronáutica, a parlamentar pediu-lhe que “não deixasse o presidente Bolsonaro na mão”.
Ainda em depoimento à PF, o ex-comandante da Aeronáutica disse ter relatado a abordagem de Zambelli ao então ministro da Defesa do governo Bolsonaro, general Paulo Sérgio Nogueira, e que o general teria contado que também foi procurado por Zambelli de forma semelhante.
A deputada Carla Zambelli usou as redes sociais, nesta sexta-feira (15), para rebater as acusações. “ Eu não sabia que Generais de alta patente aceitavam pressão de uma deputada de baixo clero. Nossas Forças Armadas já tiveram comandantes melhores. Triste”, declarou Zambelli.
Eu não sabia que Generais de alta patente aceitavam pressão de uma deputada de baixo clero.
— Carla Zambelli (@Zambelli2210) March 15, 2024
Nossas Forças Armadas já tiveram comandantes melhores.
Triste.
A representação do PSOL foi anexada a um pedido de abertura de processo, protocolado em agosto de 2023, no Conselho de Ética, que pede a cassação da parlamentar por suposta contratação do hacker Walter Delgatti Neto para que ele invadisse os sistemas das urnas eletrônicas e inserisse um “código-fonte fake” para desacreditar o processo eleitoral.
O PSOL reclama que a Mesa Diretora da Câmara ainda não encaminhou a representação para o Conselho de Ética.