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Bolsonaro, Braga Netto, Augusto Heleno e outras 11 pessoas ficaram em silêncio em depoimentos

Moraes derrubou sigilo de depoimentos em inquérito por suposta tentativa de golpe de Estado

O ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto

Dos 27 depoentes na investigação sobre tentativa de golpe de Estado em 2022, 14 ficaram em silêncio. Na lista, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, os generais Braga Netto e Augusto Heleno e o almirante Almir Garnier.

Os depoimentos perderam sigilo na manhã desta sexta-feira (15) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, que é o relator da investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado.

  1. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  2. Walter Braga Netto, general do Exército, ex-ministro da Defesa e candidato à vice na chapa presidencial de Bolsonaro em 2022;
  3. Augusto Heleno, general do Exército, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  4. Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha;
  5. Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel do Exército suspeito de atuar na elaboração da minuta do golpe;
  6. Helio Ferreira Lima, tenente-coronel e comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus, exonerado após operação da Polícia Federal | Companhia é considerada a unidade de elite do Exército Brasileiro na Amazônia;
  7. Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército;
  8. Amauri Feres Saad, advogado apontado como autor da minuta do golpe entregue a Jair Bolsonaro;
  9. Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército alvo de operação da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe; demitido da Prodesp, em São Paulo, após vazamento do escândalo;
  10. José Eduardo de Oliveira e Silva, pároco que teria participado de reunião para tratar de plano golpista, segundo a Polícia Federal;
  11. Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva do Exército e assessor especial de Jair Bolsonaro durante a presidência; está preso preventivamente desde a operação da Polícia Federal;
  12. Mario Fernandes, ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência;
  13. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ministro da Defesa de Jair Bolsonaro;
  14. Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército e integrante das Forças Especiais, grupo de elite do Exército no Brasil; também alvo da operação da Polícia Federal.
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou nesta sexta-feira (15) o sigilo dos depoimentos de pessoas suspeitas de articular um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) na presidência da República. Vinte e sete depoimentos foram tornados públicos após a decisão do ministro; são declarações de militares e civis que teriam participação na suposta articulação golpista.

Todos eles estavam entre os alvos da operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), em fevereiro. A ação mirou Bolsonaro e importantes aliados do político — entre eles Walter Braga Netto e Valdemar Costa Neto. A investigação reúne indícios de que o grupo se propôs a invalidar o resultado das eleições antes mesmo da vitória do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles se dividiam em grupos para atacar o sistema eleitoral, incentivar atos extremistas e violentos e impedir a saída de Bolsonaro do Palácio do Planalto.

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É jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Cearense criado na capital federal, tem passagens pelo Poder360, Metrópoles e O Globo. Em São Paulo, foi trainee de O Estado de S. Paulo, produtor do Jornal da Record, da TV Record, e repórter da Consultor Jurídico. Está na Itatiaia desde novembro de 2023.