Dos 27 depoentes na investigação sobre tentativa de golpe de Estado em 2022, 14 ficaram em silêncio. Na lista, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, os generais Braga Netto e Augusto Heleno e o almirante Almir Garnier.
Os depoimentos perderam sigilo na manhã desta sexta-feira (15) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, que é o relator da investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado.
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Walter Braga Netto, general do Exército, ex-ministro da Defesa e candidato à vice na chapa presidencial de Bolsonaro em 2022;
- Augusto Heleno, general do Exército, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel do Exército suspeito de atuar na elaboração da minuta do golpe;
- Helio Ferreira Lima, tenente-coronel e comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus, exonerado após operação da Polícia Federal | Companhia é considerada a unidade de elite do Exército Brasileiro na Amazônia;
- Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército;
- Amauri Feres Saad, advogado apontado como autor da minuta do golpe entregue a Jair Bolsonaro;
- Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército alvo de operação da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe; demitido da Prodesp, em São Paulo, após vazamento do escândalo;
- José Eduardo de Oliveira e Silva, pároco que teria participado de reunião para tratar de plano golpista, segundo a Polícia Federal;
- Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva do Exército e assessor especial de Jair Bolsonaro durante a presidência; está preso preventivamente desde a operação da Polícia Federal;
- Mario Fernandes, ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ministro da Defesa de Jair Bolsonaro;
- Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército e integrante das Forças Especiais, grupo de elite do Exército no Brasil; também alvo da operação da Polícia Federal.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou nesta sexta-feira (15) o sigilo dos depoimentos de pessoas suspeitas de articular um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) na presidência da República. Vinte e sete depoimentos foram tornados públicos após a decisão do ministro; são declarações de militares e civis que teriam participação na suposta articulação golpista.
Todos eles estavam entre os alvos da operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), em fevereiro. A ação mirou Bolsonaro e importantes aliados do político — entre eles Walter Braga Netto e Valdemar Costa Neto. A investigação reúne indícios de que o grupo se propôs a invalidar o resultado das eleições antes mesmo da vitória do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles se dividiam em grupos para atacar o sistema eleitoral, incentivar atos extremistas e violentos e impedir a saída de Bolsonaro do Palácio do Planalto.