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Governo Zema projeta R$ 158,2 bilhões em investimento, mas 93% são gastos obrigatórios

Plano Plurianual é discutido em audiência pública e prevê aporte para segurança, saúde e saneamento, mas é criticado por déficit e baixa execução de emendas populares

Audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) discutiu PPAG

Uma audiência pública realizada nesta quinta-feira (16) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) debateu a revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2026. O encontro conjunto das Comissões de Participação Popular e de Fiscalização Financeira e Orçamentária tratou dos investimentos do Executivo nos próximos quatro anos.

Presente na audiência, a diretora central de Planejamento, Programação e Normas da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Carolina Moreira, explicou que o PPAG de 2026 inclui 181 programas, sendo 177 mantidos e 4 novos, que se desdobram em 993 ações. O orçamento previsto é de R$ 158,23 bilhões, com Belo Horizonte concentrando 28,48% dos recursos, cerca de R$ 45 bilhões.

Entre os principais investimentos estão:

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  • Segurança Pública: R$ 28,72 bilhões, incluindo aquisição de equipamentos e viaturas;
  • Previdência Social: R$ 28,62 bilhões;
  • Educação: R$ 22,41 bilhões, contemplando reformas, manutenção e programas de ensino;
  • Saúde: R$ 20,42 bilhões, com ênfase em atendimento pré-hospitalar e prevenção;
  • Saneamento: R$ 3,39 bilhões, quase o dobro do valor previsto em 2025;
  • Outros setores: Cultura, transporte, agricultura e ciência e tecnologia também terão recursos alocados, com valores menores, mas constantes em relação ao exercício anterior.

O resultado aponta para uma redução no déficit de R$ 3,33 bilhões para 2026 - que agora está previsto em R$ 5,22 bilhões - na comparação com este ano. No entanto, mais de 93% do orçamento já está comprometido com gastos obrigatórios.

Críticas à execução de emendas

Durante a audiência, o deputado estadual Ricardo Campos (PT), presidente da Comissão de Participação Popular, criticou a baixa execução das emendas populares: “Infelizmente, ainda temos o resultado pífio de menos de 2% de execução das iniciativas previstas por meio de emendas populares para 2025", disse.

Já o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Marcos Anderson Viana Soares, destacou a importância de aplicar corretamente os recursos: “Temos a obrigação não só de gastar, mas de gastar bem. Só quem precisou de uma viatura sabe que cada segundo de espera parece uma eternidade”, afirmou.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.