Neste ano crucial para os Estados Unidos, onde a economia e a geopolítica global estão em jogo, os olhos do mundo se voltam para as eleições presidenciais. Nesta terça-feira (5), marcada como a “Super Tuesday” (Super Terça) pelos norte-americanos, 16 Estados e 1 território realizam suas prévias eleitorais. O resultado desta etapa da eleição poderá ter implicações profundas no cenário político dos EUA e além, moldando os rumos das eleições presidenciais e influenciando políticas domésticas e internacionais nos próximos anos.
Os principais candidatos são o ex-presidente Donald Trump, representando os republicanos, e o atual ocupante da Casa Branca, Joe Biden, do partido democrata. Esta fase das prévias eleitorais vai distribuir 865 dos 2.429 delegados republicanos e 1.420 dos 3.934 democratas.
Para garantir a indicação de seus respectivos partidos, Trump precisa angariar mais 1.093 delegados, alcançando um total de 1.215, enquanto Biden necessita de mais 1.762, além dos 206 já conquistados, para atingir a maioria na convenção do partido. Com isso, os dois norte-americanos devem confirmar favoritismo nesta semana.
De acordo com uma pesquisa recente realizada pelo New York Times e Sienna College, divulgada nesse sábado (2), a vantagem de Trump sobre Biden aumentou para 5 pontos. Dessa forma, 48% dos eleitores apoiam Trump, enquanto 43% apoiam Biden. Cerca de 10% dos entrevistados não souberam ou optaram por não responder.
Após a vitória de Javier Milei na Argentina e a possível eleição de Trump nos EUA, a ideia da ascensão de movimentos de direita no mundo pode causar preocupação no governo brasileiro. O ex-mandatário norte-americano e Bolsonaro tiveram uma boa relação durante o mandato do ex-presidente brasileiro, que considera Trump uma “inspiração”. Ambos defendem pautas conservadoras.
Em entrevista à jornalista Edilene Lopes, na Rádio Itatiaia, em fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apontou, apesar disso, não ver relação entre uma possível vitória de Donald Trump na disputa presidencial dos Estados Unidos com o fortalecimento do bolsonarismo no Brasil para a disputa eleitoral de 2026.
“O Trump é uma questão americana, é a loucura americana, o outro [Bolsonaro] foi a loucura aqui. Mas eu acho que o povo está cansado, querendo um pouco de paz”, afirmou o presidente.
O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, também minimizou os impactos de uma eventual vitória de Trump. De acordo com ele, a relação entre o Brasil e os EUA não vai mudar se houver vitória republicana, com o governo mantendo-se receptivo ao diálogo.
Quando o presidente argentino Javier Milei foi eleito, em novembro de 2023, tanto Donald Trump quanto Jair Bolsonaro o parabenizaram. Lula, por sua vez, reconheceu as eleições do país, mas sem citar Milei diretamente e nem cumprimentá-lo.
Na esfera comercial, Trump adota uma abordagem rígida em relação à China, que é o principal parceiro comercial do Brasil. Além disso, considerando o papel dos Estados Unidos nos conflitos geopolíticos, existe um cenário global marcado por tensões em diversas regiões. Uma possível vitória de Trump poderia também alterar o posicionamento dos EUA em relação a essas tensões.
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