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‘Tudo que depende de assinatura da União está atrasado’, afirma vice de Zema

Mateus Simões, vice-governador de Minas Gerais, criticou o governo federal durante solenidade de assinatura para retomada das obras do Hospital Regional de Valadares

O vice-líder do executivo mineiro demonstrou indignação ao processo de discussões sobre a repactuação do acordo de Mariana e da proposta de acordo para a renegociação da dívida pública do estado com a União.

O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), atribuiu ao governo federal a responsabilidade pela paralisação das obras do Hospital Regional de Governador Valadares e pelo atraso das negociações do acordo de reparação pelo desastre de Mariana. A fala do vice do executivo mineiro ocorreu durante a solenidade de assinatura para a retomada das obras do Hospital de Valadares, nesta quinta-feira (29), na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte

“A obra foi parada por mesquinharia, mesquinharia que muitas vezes comanda a política brasileira. Essa obra não foi retomada há mais tempo, em virtude, grande parte, do mesmo espírito mesquinho. Porque nós tínhamos condição de ter repactuado o desastre de Mariana há mais de um ano”, afirmou o vice do governador Romeu Zema (Novo).

Simões ainda afirmou que estava feliz pelo governo federal não estar presente na cerimônia e ressaltou o mesmo sentimento com a ausência das empresas envolvidas no desastre de Mariana e da Fundação Renova.

“São os verdadeiros culpados pelo atraso na obra”, declarou.

“É inacreditável, que o governo federal, o mesmo que governava esse estado quando passamos pelo desastre de Mariana, tenha se dedicado a enrolar o processo de negociação ao invés de promover o andamento das discussões junto à Samarco. Que o mesmo governo que tenha abandonado a obra do hospital de Valadares, seja, mais uma vez, o responsável por nós estarmos só agora conseguindo retomar”, afirmou o vice.

O vice-líder do executivo mineiro ainda demonstrou indignação ao processo de discussões sobre a repactuação do acordo de Mariana e da proposta de acordo para a renegociação da dívida pública do estado com a União.

“Tudo o que a gente consegue retirar da repactuação é retirado na base da marra, por decisão judicial. O que depende da assinatura da união está parado”, afirmou.

Discussões sobre o desastre de Mariana estão paradas

No que tange ao acordo de Mariana, as tratativas com as mineradoras Vale, BHP e Samarco, responsáveis pelo derramamento de lama, estão suspensas desde dezembro do ano passado.

Ainda não há acordo quanto ao valor a ser pago pelas companhias. Dos R$ 120 bilhões totais do acordo, um novo aporte, de R$ 60 milhões, vinha sendo negociado, pois, segundo as mineradoras, a outra metade fora quitada em indenizações e outras reparações.

Apesar disso, no início de dezembro, as companhias ofereceram R$ 40 bilhões em novos recursos. O governo federal, por sua vez, calculou as cifras e pediu R$ 90 bilhões.

Na semana passada, em entrevista exclusiva à Itatiaia, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o governo federal tenta retomar as conversas com as empresas.

“Estamos trabalhando para que as negociações voltem. Até porque há uma ação correndo em Londres contra a BHP (uma das mineradoras envolvidas). Com certeza, o Brasil quer ver essa questão resolvida”, explicou.

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Repórter de Política Nacional e Internacional na rádio Itatiaia. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pós-graduanda em Comunicação Governamental na PUC Minas. Sólida experiência no Legislativo e Executivo mineiro. Premiada na 7ª Olimpíada Nacional de História do Brasil da Universidade de Campinas.
Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.