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Donos de rede atacadista são presos na Lesa Pátria por financiarem atos golpistas

Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita, sócios de uma rede atacadista, são investigados por bancarem o acampamento em frente ao QG do Exército, em Brasília

Os empresários Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita, sócios de uma rede de supermercados atacadista, do Distrito Federal foram presos nesta quinta-feira (29) na 25ª fase da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal. Eles são apontados como financiadores do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, considerado embrião dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

Há, ainda, um terceiro mandado de prisão sendo cumprido nessa fase da operação, dessa vez em São Paulo. O nome deste terceiro alvo não foi informado.

De acordo com a PF, ao todo, são cumpridos nesta quinta-feira (29) 24 mandados de busca e apreensão, três de prisão preventiva e sete de monitoramento eletrônico. Os agentes cumprem ordens autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os mandados são cumpridos no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal.

Foi determinado ainda o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados. Apura-se que a quantia dos danos causados ao patrimônio público possa chegar a R$ 40 milhões.

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As investigações da PF analisam, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

A participação dos empresários
Adauto e Joveci foram investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distritro Federal que apurou o acampamento no QG do Exército e o ataques do dia 8 de janeiro. Na oportunidade, os deputados apuraram que ambos foram responsáveis por fornencem ajuda logísitica e financeira para os manifestantes que acampavam na porta do Exército pedindo uma intervenção militar no Brasil.

No caso de Adauto, a CPI comprovou que o empresário dono da rede de supermercados forneceu água e alimentos aos acampados. Ele também alugou caminhão de sonorização utilizado nas manifestações.

Joveci, sócio de Adauto, não só teria fornecido suporte ao acampamento como também teria participado da manifestação que terminou em quebradeira nas sede dos Três Poderes, em Brasília.

A defesa do acusados se manifestou informando que Joveci e Adauto terão agora a oportunidade de ‘elucidar completamente as questões em aberto’ e que a rede de supermercado do qual eles são sócios não compactua com atos de vandalismo e intolerância política. (Confira a nota completa no fim da matéria).

Prisão preventiva:

  • Distrito Federal: 2
  • São Paulo: 1

Busca e apreensão:

  • Tocantins: 8
  • São Paulo: 6
  • Paraná: 3
  • Distrito Federal: 2
  • Mato Grosso do Sul: 2
  • Rio Grande do Sul: 1
  • Minas Gerais: 1
  • Espírito Santo: 1

Monitoramentos com tornozeleira eletrônica:

  • Paraná: 3
  • Mato Grosso do Sul: 1
  • Rio Grande do Sul: 1
  • São Paulo: 1
  • Minas Gerais: 1

Nota da defesa
“A defesa de Adauto Lúcio Mesquita e Joveci Andrade não obteve acesso à decisão emitida pelo Senhor Ministro Alexandre de Moraes. Ressalta-se que, desde o início, houve esforços para esclarecer todos os fatos, compromisso que será mantido perante o Supremo Tribunal Federal.

A realização de apurações pelo Estado é considerada válida, e os investigados vêem agora a oportunidade de elucidar completamente as questões em aberto.

Eles reiteram seu compromisso com a democracia, o Estado de Direito, o respeito às Instituições, ao processo eleitoral, ao Ministério Público e ao Judiciário, com especial ênfase na sua instância máxima, o Supremo Tribunal Federal.

O Grupo ao qual Joveci e Adauto são acionistas reitera que é contra o vandalismo e a intolerância política, e acredita que a democracia é feita com pensamentos diferentes, mas jamais com violência. A diretoria do Grupo respeita as Instituições brasileiras, a democracia e o Estado de Direito”

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Repórter da Rádio Itatiaia em Brasília atuando na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas Gerais, já teve passagens como repórter e apresentador pela Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor do prêmio CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio.
É jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Cearense criado na capital federal, tem passagens pelo Poder360, Metrópoles e O Globo. Em São Paulo, foi trainee de O Estado de S. Paulo, produtor do Jornal da Record, da TV Record, e repórter da Consultor Jurídico. Está na Itatiaia desde novembro de 2023.
Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
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