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Ministério Público pede a suspensão da lei que barra linguagem neutra nas escolas de BH

Procuradoria-Geral de Justiça se manifestou favoravelmente a pedido do Psol pela inconstitucionalidade do veto a expressões como ‘todes’ e ‘elu’

Veto ao uso da linguagem neutra em escolas de BH foi judicializado

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) emitiu parecer em que defende a declaração de inconstitucionalidade da lei que proíbe o uso da chamada linguagem neutra nas escolas públicas e particulares de Belo Horizonte. A manifestação, elaborada pela equipe do procurador-geral de Justiça do estado, Jarbas Soares Júnior, foi anexada aos autos de ação que corre no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em prol da suspensão da lei.

O pleito pela suspensão da lei foi apresentado pela direção estadual do Partido Socialismo e Liberdade (Psol). O veto à linguagem neutra passou a valer em agosto do ano passado. A medida é fruto de projeto apresentado à Câmara Municipal pelo então vereador Nikolas Ferreira (PL), que, hoje, exerce mandato de deputado federal.

O parecer do MPMG foi emitido na segunda-feira (5). O documento é assinado pela procuradora de Justiça Célia Beatriz Gomes dos Santos. Ela foi delegada para a função pela chefia da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

“Com efeito, na esteira do entendimento firmado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a edição da Lei nº 11.581/23, do município de Belo Horizonte, ao vedar a utilização de linguagem neutra na grade curricular, indica usurpação de competência legislativa privativa da União, caracterizando o fummus boni iuris (sinal do bom direito)”, lê-se em trecho do documento do Ministério Público.

O entendimento do STF citado no relatório está ligado ao veto, da Corte, a uma lei expedida pelo governo de Rondônia para barrar a linguagem neutra nas escolas daquele estado.

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Prefeitura chegou a vetar ideia

O veto à linguagem neutra proíbe o uso de termos como “elu” no lugar de “ele” e “ela” — ou “todes” em vez de “todos”. A proposta foi aprovada pelos vereadores em abril deste ano.

Em junho, o prefeito Fuad Noman (PSD) vetou o projeto, mas, dois meses depois, o Legislativo Municipal derrubou a decisão do poder Executivo.

Segundo a lei, o ensino da Língua Portuguesa deve seguir, exclusivamente, as diretrizes nacionais da Educação, as bases da reforma ortográfica de 2009 e, também, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp).

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Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.