A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos bancário e fiscal do deputado federal André Janones (Avante-MG) na investigação sobre o suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete. Além do parlamentar, a PF pediu acesso às informações de seis assessores dele. Para Janones, o pedido é relativo ao período de janeiro de 2019 a janeiro deste ano.
A corporação informou à Corte que as apurações prévias sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do parlamentar. A representação é assinada pelo delegado Roberto Santos Costa e enviada ao ministro Luiz Fux, relator do inquérito, nesta quarta-feira (30).
Para a PF, há inconsistências nos depoimentos dados por funcionários do deputado. “A análise conjunta das declarações obtidas nas oitivas com o conteúdo dos áudios (e com as diligências empreendidas) revela uma série de inconsistências e contradições.”
Janones é acusado de cobrar dos funcionários de seu gabinete o recebimento de parte dos salários deles. Áudios em que o parlamentar supostamente pede fatias dos vencimentos dos servidores foram divulgados em novembro. Nas gravações, o parlamentar diz que a equipe precisaria ajudá-lo a pagar dívidas de campanha.
“Tem algumas pessoas aqui, que ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e vão me ajudar a pagar as contas do que ficou na minha campanha de prefeito, que eu perdi R$ 675 mil na campanha. Elas vão ganhar mais para isso. ‘Ah, isso é devolver salário e você está chamando de outro nome’. Não, não é. Porque devolver salário você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser. São simplesmente algumas pessoas que eu confio e que participaram comigo em 2016, que eu acho que elas entendem que meu patrimônio foi todo dilapidado”, afirma o homem que, na gravação, seria Janones.
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