O filho 03 de Jair Bolsonaro (PL), deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), criticou a operação da Polícia Federal (PF) contra o irmão Carlos Bolsonaro em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (29), e afirmou que os agentes recolheram o computador e o tablet do assessor do ex-presidente, Tércio Arnaud Tomaz. “Foi apreendido o material de Tércio, mesmo sem que ele fosse alvo do mandado. Um abuso! O laptop e o tablet continham o nome de Tércio na tela de início e ele desbloqueou os aparelhos diante dos policiais federais. Não adiantou”, publicou no X.
Eduardo afirmou que excessos foram cometidos na operação e classificou o mandado de busca e apreensão autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como ilegal e imoral. “Em razão dos excessos, contatamos os advogados da família, que se deslocaram para o endereço. Mas, a PF não aguardou os cerca de 30 minutos que faltavam para que chegassem e mantiveram a apreensão dos bens do assessor do presidente Bolsonaro”, detalhou. “Esse estado de coisas não pode permanecer. Não pode uma ordem judicial ter uma ampliação dessa forma. Isso é ato ilegal, além de imoral”, completou.
O filho 03 de Bolsonaro afirmou que a data da operação foi escolhida por Alexandre de Moraes para tornar todos os membros da família alvos da investida da Polícia Federal. “O mandado era datado de hoje. Ou seja, logo após a super live que, pela primeira vez, reuniu Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e eu, Alexandre de Moraes escreveu os mandados”, começou. “Tudo confeccionado entre 0h e 6h de hoje. Ao que tudo indica, para que todos fossem objeto de busca com base em investigação direcionada ao Carlos”, acusou.
-O mandado de apreensão era datado de hoje, 29/JAN. Ou seja, durante o recesso, logo após a super live que pela 1º vez reuniu @jairbolsonaro, @FlavioBolsonaro, @CarlosBolsonaro e eu, Alexandre de Moraes escreveu os mandados. Tudo confeccionado entre meia-noite e 06:00h de hoje.… pic.twitter.com/Hip1Cw5A0j
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) January 29, 2024
Investigação da Polícia Federal mira Abin paralela
A operação da Polícia Federal (PF) contra o vereador Carlos Bolsonaro nesta segunda-feira (29) ocorre no âmbito da investigação sobre a Abin paralela. O inquérito instalado pela corporação analisa o uso de um programa espião da Agência Brasileira de Investigação (Abin) para espionar ilegalmente autoridades, jornalistas e adversários políticos de Jair Bolsonaro (PL), à época presidente da República. Segundo relatórios preliminares da Polícia Federal, servidores da agência monitoraram milhares de pessoas durante a gestão de Alexandre Ramagem — hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro — na direção da Abin.
O uso da máquina pública para atender interesses pessoais através da Abin paralela teria ocorrido em conluio com o vereador e filho de Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro. Ele é apontado como parte do núcleo político da Abin paralela. Outro alvo recente da PF no âmbito dessa investigação foi Alexandre Ramagem, que sofreu busca e apreensão na quinta-feira passada (25). Na data, surgiram outros detalhes sobre a atuação dessa agência paralela: segundo relatório da PF, a Abin teria sido usada para municiar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o caçula do ex-presidente, Jair Renan Bolsonaro, com informações para tirá-los da mira de investigações.
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