O governo não descarta a retomada do programa Ciência Sem Fronteiras, segundo admitiu o ministro da Educação, Camilo Santana, em entrevista no Palácio do Planalto nesta sexta-feira (26). Criada no primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), a política pública promoveu o intercâmbio acadêmico de 100 mil universitários que completaram suas formações em outros países até 2017. Apesar do programa ter recebido elogios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à época da corrida eleitoral, o ministro Camilo Santana reconheceu haver limitações para recriá-lo. O que trava a retomada do Ciência Sem Fronteiras é a necessidade de investimentos bilionários na educação básica.
“A gente tem discutido [retomada do programa]. É claro que temos limitações. É um grande programa, e temos discutido como retomá-lo. Mas, o presidente Lula se comprometeu na campanha dele a ter foco na educação básica brasileira, porque talvez seja o grande gargalo do país na educação pública”, disse. “É um tema que temos debatido, mas ainda não temos um prazo ou uma definição do retorno dessa política pelo Ministério da Educação”, completou.
Histórico. Coube ao ministro da Educação Rossieli Soares, de Michel Temer (MDB), decretar o encerramento do Ciência Sem Fronteiras em 2017. O programa recebeu investimento de R$ 13,2 bilhões durante os seis anos de duração e concedeu cerca de 100 mil bolsas para brasileiros estudarem no exterior. À época do fim da política pública, o MEC alegou que o programa deixou dívidas altas para os cofres públicos e o custo para manter os bolsistas no exterior ultrapassava era elevado.
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