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Compras governamentais travaram acordo entre Mercosul e União Europeia, diz Lula

O presidente afirmou que o Mercosul e a União Europeia não conseguiram destravar o impasse envolvendo as compras governamentais

A expectativa que era do acordo ser fechado ainda este ano, em anúncio em encontro no Rio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou, em discurso feito na noite desta sexta-feira (8), em Conferência Eleitoral do PT, que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia não foi consolidado devido a um impasse entre os países dos blocos a respeito das compras governamentais. Durante pronunciamento, Lula afirmou que vai exigir até 65% de conteúdo nacional nos produtos fabricados no Brasil.

“É por isso que nós não fizemos acordo com a União Europeia, porque não queremos ceder em compras governamentais. As compras governamentais precisam atender os interesses do governo, o fortalecimento da indústria, e fazer com que as nossas micro, pequenas e médias empresas cresçam. Por isso, nós vamos voltar a colocar componente nacional, vamos voltar a fazer navios. E, vamos exigir, pelo menos 65% do conteúdo nacional nas coisas fabricadas para gerar empregos aqui dentro”, detalhou Lula.

Ainda em seu discurso, Lula lembrou do período em que esteve preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O presidente agradeceu à militância petista pelo apoio. “Vocês me deram coragem. Quando eu disse que não trocava minha dignidade pela minha liberdade, quando fizeram proposta para eu ir para casa com tornozeleira, a Janja ficou puta comigo. Meus filhos ficaram putos comigo. Eu disse que só sairia com a cabeça mais erguida do que quando eu entrei. E isso aconteceu graças a lealdade de vocês”, enfatizou Lula.

O presidente deixou claro, em seu discurso, que o partido não terá condições de arcar com campanhas de alto custo. “O dinheiro ainda pesa, mas o trabalho de base não tem dinheiro que compre, e nós precisamos voltar a fazer trabalho de base. Não podemos ter candidato querendo comprar apoio. O apoio a gente conquista, a gente vai pra rua, monta comitê, e coloca pessoas para ajudar a gente. Sempre foi assim. Por que tem sido assim? O nosso partido também tem problemas”, admitiu Lula.

O presidente pediu para que os petistas dialoguem em busca de parcerias em cidades onde não haja possibilidade de lançar candidatura própria. “Se a gente não tiver condições de ter candidatura competitiva, que possa orgulhar nosso partido durante a campanha, a gente tem que procurar aliados para fazer acordos. Se a gente não tiver candidato, nós temos que apoiar um cara mais próximo de nós. Um cara disposto a construir um plano mais pragmático para a cidade. Temos que fazer acordo com os partidos de esquerda, pessoas democráticas, que vão cumprir o que a gente colocar”, concluiu Lula.

Repórter da Itatiaia desde 2018. Foi correspondente no Rio de Janeiro por dois anos, e está em Brasília, na cobertura dos Três Poderes, desde setembro de 2020. É formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), com pós-graduação em Comunicação Eleitoral e Marketing Político.