Em evento realizado nesta sexta-feira (17) em São Paulo, a Ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, comentou sobre a crise climática que afeta o Brasil em 2023. Em meio à forte onda de calor, seguida de temporais e até seca extrema na região Norte do Brasil, Marina fez críticas ao atual modelo econômico de desenvolvimento e às ações realizadas nos últimos anos para tentar contornar o problema.
“Adaptação e mitigação não resolverão o problema se não tiver uma agenda de transformação do modelo insustentável de desenvolvimento que nós vivemos hoje no Brasil e no mundo”, disse.
Marina Silva, que estava ao lado do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que a sustentabilidade seja um pilar para o desenvolvimento de políticas no país. Mesmo apontando algumas contradições dentro do próprio governo, Marina alegou que o Brasil tem capacidade de ser exemplo para outros na questão climática se houver cooperação entre as pastas.
“A política ambiental não tem como ser setorial, ela estaria condenada ao fracasso. Ela só se realiza se estiver no Ministério da Agricultura, da Fazenda, em todos os setores do governo”, explicou Marina.
Desde o início da atual gestão no governo federal, Marina tem enfrentado dificuldades para implementar políticas para reduzir os impactos ambientais, seja dentro do próprio governo ou até entre parlamentares da base aliada - especialmente os que integram a bancada ruralista. No Congresso Nacional, o embate mais recente ocorreu durante a discussão sobre o projeto que estabelece um Marco Temporal para delimitar terras indígenas no Brasil. O projeto aprovado no Congresso foi vetado pelo presidente Lula.