O governador de Goiás,
“Sua fala deve ser avaliada pelo Conselho de Ética do Tribunal de Justiça, que deve lhe impor o impeachment, porque você não tem qualidades mínimas para responder com o título de desembargador. Você não está vestido com a liturgia do cargo. Você é um cidadão desrespeitoso, agressivo e inconsequente”, diz o governador, em trecho da gravação.
O pedido de impeachment está na versão completa do vídeo, publicada pelo jornal goiano O Popular. Nas redes sociais, Caiado publicou uma versão reduzida das imagens, em que defende apenas a aplicação de “penas” contra o desembargador.
“Já mandei o procurador-geral do Estado de Goiás construir um documento consistente para encaminhar ao corregedor, para que as penas sejam, ali, muito bem aplicadas em um cidadão que não tem a mínima qualificação para ser desembargador do estado de Goiás”, afirma.
Adriano Roberto participava de uma sessão do TJGO quando defendeu “acabar com a Polícia Militar”. Segundo ele, há “abusos e excessos recorrentes” por causa da corporação em Goiás.
“(É preciso) instituir uma forma diferente de atuação na área da investigação e da repressão ao crime”, defendeu o desembargador.
Governador sobe o tom
Na íntegra da gravação feita para protestar contra o magistrado do TJ de Goiás, Caiado diz que Adriano Roberto cometeu um “crime” contra a Polícia Militar.
“Neste momento, em que você pede a extinção de nossa Polícia Militar do Estado de Goiás, você está atentando contra o Estado Democrático de Direito ou está cooptado por outras forças do crime no nosso estado de Goiás. Sei que o Tribunal de Justiça não tem nenhuma conivência com sua fala”, fala.
“Respeite a Polícia Militar do Estado de Goiás, que está sob meu comando. Entendeu bem? Quem responde por ela sou eu. Se você tem alguma crítica a fazer, faça ao governador”, completa.
Desembargador se defende
A O Popular, o desembargador Adriano Roberto disse que “jamais faria qualquer comentário sobre a pessoa do governador”. Segundo ele, a fala a respeito da PM estava inserido no contexto posto na sessão da Corte.
“Não tive nenhuma intenção de atingir a quem quer que seja, absolutamente. Apenas estava ponderando sobre episódios que me inquietavam. Apenas isso. Sem nenhuma intenção de ferir ou atingir quem quer que seja, ainda mais a quem não conheço. Lamento o mal-estar que causou e espero que possa ser superado o mais rápido possível”, pediu.