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‘Se não temos poderes para convocar alguém, estamos brincando de fazer CPMI’, critica Maia após decisão do STF

Presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8/1 criticou decisão de André Mendonça que cancelou depoimento de ex-assessor de Bolsonaro

Arthur Maia protestou contra decisão de André Mendonça

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Antidemocráticos, Arthur Maia (União Brasil-BA), subiu o tom contra a decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou o depoimento para esta terça-feira (19). Em decisão proferida na segunda-feira (18), Mendonça deu ao ex-ajudante de ordens da presidência, Osmar Crivelatti, o direito de não comparecer à inquirição.

“Penso que temos de ver, neste momento, se vale a pena ter CPMI. Se uma CPMI tão desrespeitada por ordens monocráticas de juízes pode continuar”, criticou Maia.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de prorrogação dos trabalhos da CPMI, o presidente afirmou que irá debater o cronograma com a cúpula do colegiado.

“Prorrogar para quê? Para continuar tendo negativas desta natureza? Temos que avaliar se vale a pena ter CPMI”, esbravejou. “Acho que estamos brincando de fazer CPMI. Se não temos poderes para convocar alguém para vir prestar depoimento à CPMI, nós estamos brincando de fazer CPMI”, continuou

O ministro do STF, André Mendonça, atendeu a um pedido da defesa de Crivelatti para que o ex-assessor de Bolsonaro não fosse obrigado a comparecer à CPMI. Caso Crivelatti decida comparecer, a decisão do STF permite que ele fique em silêncio para não responder a perguntas, que não seja submetido ao compromisso de dizer a verdade e também que seja acompanhado por um advogado durante a oitiva.

Repórter da Itatiaia desde 2018. Foi correspondente no Rio de Janeiro por dois anos, e está em Brasília, na cobertura dos Três Poderes, desde setembro de 2020. É formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), com pós-graduação em Comunicação Eleitoral e Marketing Político.