O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo federal, Alexandre Padilha (PT-SP), vê caráter “pedagógico” na condenação dos três réus julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Em entrevista exclusiva à Itatiaia, Padilha comentou as punições dadas a Aécio Lúcio Costa Pereira, Thiago de Assis Mathar e Mateus Lima de Carvalho Lázaro.
“Foi um resultado muito positivo. É fundamental, inclusive do ponto de vista pedagógico, que todos aqueles que participaram, executando, planejando ou financiando os atos golpistas de 8 de janeiro, sejam devidamente punidos e condenados. A gente não pode titubear em relação a isso, para ser algo pedagógico, que fortaleça as instituições e a democracia brasileira”, disse Padilha, na sede da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), nessa sexta-feira (15).
O julgamento dos primeiros réus foi interrompido na quinta-feira (14). Falta, ainda, a análise do caso de Moacir José dos Santos.
Aécio e Mateus foram condenados a 17 anos de prisão. A pena estipulada a Thiago foi de 14 anos.
Cinco crimes
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou os réus de cinco crimes, entre eles, o de golpe de Estado. Citados, também, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.
“As pessoas precisam saber que não é pouca coisa invadir, cometer crimes contra a Suprema Corte, o Congresso Nacional e a sede do Executivo federal, que é o Palácio do Planalto. (As pessoas precisam saber) que isso não pode ser feito, que a democracia precisa ser respeitada — e o resultado das urnas também. A punição desses responsáveis ajuda a consolidar a democracia e criar um bom ambiente de união e reconstrução em nosso país”, completou o titular da Secretaria de Relações Institucionais.
O plenário do STF deve analisar mais de 230 ações contra acusados de participação nos atos que culminaram na depredação de prédios dos Poderes da República.