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Pacheco anuncia PEC para criminalizar qualquer quantidade de porte ou posse de drogas

A proposta, que começará a tramitar no Senado Federal, prevê punição para quem for flagrado em posse ou porte de substância entorpecente ilícita independentemente da quantidade

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou nesta quinta-feira (14) que irá apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição para alterar a Lei Antidrogas do país, para penalizar quem for flagrado em posse de substância entorpecente ilícita em qualquer quantidade. A decisão foi anunciada por Pacheco, em coletiva de imprensa, após reunião com líderes partidários. “Ela (PEC)deve ser apresentada de hoje para amanhã, e aí haverá a coleta de assinaturas, com número mínimo, para ser aperfeiçoada pela Comissão de Constituição e Justiça”, adiantou.

Pacheco revelou que a PEC deve considerar crime o porte ou a posse de substância entorpecente independentemente da quantidade, mas deixou claro que há um debate entre líderes para regulamentar o uso da folha da cannabis, como princípio ativo, em tratamentos de saúde. “Obviamente que o entendimento da maioria é que havendo a utilidade do uso medicinal dessas substâncias, isso deve ser também, de algum modo, regulamentado, para permitir o uso em função do tratamento de saúde”, destacou. “Mas a política antidrogas do Brasil deve ser uma política rígida”, enfatizou Pacheco. O presidente do Senado detalhou que a PEC prevê punição para quem carrega a droga para uso próprio, mas deixou claro que é preciso diferenciar traficante de drogas e usuários.

O Supremo Tribunal Federal já tem cinco votos pela inconstitucionalidade da criminalização do porte de maconha para consumo próprio e um contra. O julgamento foi suspenso no fim de agosto, após pedido de vista do ministro André Mendonça. Pacheco evitar falar do julgamento no Supremo, e destacou que é preciso ter uma política pública para combater o tráfico de drogas no país. “A descriminalização do porte para uso de maconha ou qualquer outra droga, sem uma política pública discutida no Congresso Nacional é uma decisão isolada que afeta o combate ao tráfico de drogas no Brasil”, opinou.

Pacheco destacou, ainda, que o Congresso Nacional é o local adequado para tratar da discussão sobre a descriminalização do porte ou posse de drogas no país. “Nós reconhecemos a importância da discussão, mas é uma discussão típica do Congresso Nacional, que traduz a vontade do povo. Os representantes eleitos, são deputados e senadores que definem a política antidrogas do Brasil. O entendimento, pelo menos do Senado, é no sentido de que a política antidrogas do Brasil deve envolver a recriminação do tráfico ilícito de entorpecentes com veemência, que é, inclusive, um crime equiparado ao hediondo”, concluiu.

Repórter da Itatiaia desde 2018. Foi correspondente no Rio de Janeiro por dois anos, e está em Brasília, na cobertura dos Três Poderes, desde setembro de 2020. É formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), com pós-graduação em Comunicação Eleitoral e Marketing Político.