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STF autoriza empréstimo consignado a beneficiários de programas sociais

A medida, que havia sido implementada na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi alvo de ação do PDT, que apontou risco de superendividamento dos beneficiários

STF autoriza empréstimo consignado a beneficiários de programas sociais

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, permitir que beneficiários de programas sociais do governo federal possam obter empréstimos consignados. O julgamento, concluído na noite de segunda-feira (11), ocorreu no plenário virtual da Corte. A decisão do Supremo validou a legislação, que entrou em vigor no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que permitiu a contratação de empréstimos neste tipo de modalidade.

A lei permite que beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, além do Benefício de Prestação Continuada (BPC), contratem empréstimo consignado, fixando que as parcelas sejam descontadas diretamente na fonte. A norma também aumentou a margem para o empréstimo consignado de empregados da iniciativa privada, servidores públicos e aposentados passando de 35% para até 45%.

O relator do caso no STF, ministro Kássio Nunes Marques, afirmou em seu voto que a Constituição não possui nenhuma norma que justifique classificar a ampliação do acesso ao crédito consignado como inconstitucional. Na avaliação do PDT, autor da ação, a medida pode aumentar o superendividamento dos beneficiários, uma vez que a renda fica comprometida antes do recebimento.

O ministro Nunes Marques ressaltou que os argumentos do PDT, a respeito do eventual prejuízo à reorganização financeira dos tomadores do empréstimo, não levou em consideração que as famílias irão obter vantagem com a contratação do crédito, adquirindo liquidez imediata para sanar dívidas, gastar em despesas inadiáveis ou investir em algum plano sempre adiado.

Repórter da Itatiaia desde 2018. Foi correspondente no Rio de Janeiro por dois anos, e está em Brasília, na cobertura dos Três Poderes, desde setembro de 2020. É formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), com pós-graduação em Comunicação Eleitoral e Marketing Político.