O processo de cassação do mandato do presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), provoca uma crise dentro do Podemos, partido que abriga a deputada federal Nely Aquino - autora da denúncia contra o antigo aliado.
Nely é presidente estadual da legenda e foi questionada oficialmente, nesta terça-feira (12), pelo secretário-geral do Podemos Minas, o também deputado federal Igor Timo. O parlamentar, que integra a executiva nacional do partido, deu prazo de 48 horas para que ela preste explicações sobre uma reunião em que teria decidido que o partido “fechou questão” pela abertura do processo de cassação contra Azevedo e instruído que os vereadores filiados à legenda seguissem esse posicionamento.
No documento, Timo pede que Nely Aquino diga o local e o horário em que a reunião foi realizada e “qual a motivação de uma reunião da Executiva do Podemos sobre um mandato de vereador de outro partido”. Ele também questiona a orientação para determinar o voto de outra parlamentar.
A parlamentar em questão, a que se refere o ofício, é a vereadora Loíde Gonçalves. que assumiu a cadeira de Nely quando ela tomou posse na Câmara dos Deputados, em fevereiro deste ano. A suplente, no entanto, se absteve de votar pela abertura do processo de cassação contra Gabriel Azevedo e faz parte do grupo que o apoia.
Loíde Gonçalves disse à reportagem que recebeu uma carta no dia 1º de setembro em que dizia que o partido havia fechado questão a favor da abertura do processo de cassação.
“Quando fui ter ciência do teor da carta notifiquei o secretário-geral [Igor Timo] e a presidente nacional, Renata Abreu. Fiquei surpresa porque ele disse que não estaria sabendo. Pelo jeito passaram por cima dele”, afirmou.
A reportagem entrou em contato com Igor Timo, que disse que só irá se manifestar sobre o assunto após a resposta de Nely Aquino sobre o ofício enviado a ela. A deputada federal também foi contatada, mas ainda não se manifestou.