A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro ouve nesta terça-feira (12) o depoimento da militar Marcela Pinno, arremessada por manifestantes da cúpula do Congresso Nacional, pisoteada e espancada com uma barra de ferro na cabeça. Inicialmente, a sessão da CPMI ouviria ainda a ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar.
Entretanto, a investigada conseguiu um habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), e não precisará comparecer. A oitiva da delegada era uma das mais aguardadas; isto porque uma investigação da Polícia Federal (PF) a indicou como autora do mapeamento usado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) para orientar blitze em cidades do Nordeste com grande contingente de votos para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno das eleições passadas.
Com a licença concedida pelo ministro do STF, as atenções da CPMI estarão concentradas no depoimento de Marcela Pinno. À ocasião das invasões às sedes dos Três Poderes, em Brasília, Marcela era soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Ela era uma entre os vinte policiais orientados a dispersar os vândalos do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.
Contudo, durante a ação, os criminosos arremessaram a militar e o colega primeiro-sargento Beroaldo José de Freitas Júnior de uma das cúpulas do Congresso, que despencaram de uma altura próxima a três metros. Os suspeitos continuaram as agressões com os militares no chão; Marcela foi agredida com uma barra de ferro na cabeça e pisoteada pelo grupo e se salvou com o auxílio de outros militares. Após o ocorrido, o governador Ibaneis Rocha (MDB) a promoveu a cabo da corporação.
A sessão da CPMI de terça-feira está marcada para começar às 9h.