Após alguns projetos do governo Zema não serem votados por conta da falta de presença mínima de deputados no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputados aliados do governo estadual criticam divisões internas e defendem união em prol das pautas governistas.
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A chamada “falta de quórum” foi o motivo pelo qual não foi votado o projeto que autoriza que o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) possa pegar um empréstimo de R$ 1 bilhão junto ao Banco dos Brics, o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A intenção da gestão Zema é de que esse dinheiro seja emprestado para prefeituras e iniciativa privada a baixas taxas de juros, o que, na avaliação do governo, irá movimentar a economia e gerar mais de 20 mil empregos.
No entanto, a base de 57 parlamentares do Governo Zema não estava presente no plenário no momento da votação. Isso voltou a levantar questionamentos entre os deputados sobre a solidez da base zemista no parlamento.
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“Há dois grupos que existem dentro da ALMG, grupos antagônicos. Um quer andar junto com o governo e que o estado cresça. E tem um grupo do caos e da hipocrisia. Nesse grupo alguns usam o espaço da ALMG para atacar o governo e ter ganho político, mas ao mesmo tempo quer aparecer ao lado de secretários e ter ganhos políticos também ao lado do governo. Então, o governo precisa valorizar mais o grupo que está ao lado do governo. É lamentável o que aconteceu na última sessão, quando vários deixaram o plenário”, afirmou Azevedo.
Tentativa de obstrução
Parlamentares afirmam que o plenário esvaziou por causa da tentativa de obstrução da votação, demora para análise dos projetos e viagens de deputados que já tinham compromissos agendados no interior de Minas, onde muitos deles têm base eleitoral.
Há, ainda, quem acredite que o clima de acirramento da sessão possa ter ajudado a esvaziar os assentos do plenário.
A votação da política contra a violência de gênero teve embates entre forças à esquerda e à direita. E, quando o quórum já era insuficiente, uma assessora da deputada Macaé Evaristo (PT) chamou de “racista” e “homofóbica” a governista Chiara Biondini (PP) por ter votado contra uma emenda de um
Um dos motivos das trocas de farpas foi uma emenda feita pelo deputado Bruno Engler, do PL, que foi derrubada do texto. O vice-líder do Governo na Assembleia não ficou satisfeito com a derrota e reclamou da falta de apoio dos parlamentares da base.
“Uma emenda da oposição contra uma construção minha, que sou da base, e uma emenda do Coronel Sandro, que é da base. Nós pedimos os colegas da base para votar conosco duas emendas que são simples e o pessoal fica temeroso, pisando em ovos. Minha pergunta é: o que o pessoal da oposição faz por nós? Estão todos os dias atrapalhando o andamento de projetos do governo que estão na casa. Então não faz sentido agradar quem só dá pancada na gente. Precisamos estar mais unidos”, afirmou Engler.
Além dos motivos citados, há uma parte da base que está insatisfação com o Governo. Entre os motivos, parlamentares que tiveram votações expressivas no interior do estado estariam insatisfeitos com o fato de que indicações que foram feitas para cargos no governo foram atendidas.
Na contramão disso, fontes no governo Zema garantem que esse é um dos períodos em que os pleitos da base estão sendo mais atendidos.
No plenário, o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite, do MDB, destacou que cabe ao governo conseguir os votos e colocar o quórum no plenário para que os projetos sejam apreciados. O Presidente do Legislativo ressaltou que alguns projetos, de autoria do governo, não foram votados pela ausência mínima de deputados em plenário, inclusive, deputados da base.