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Coronel da PM preso por omissão no 8 de janeiro foi nomeado comandante por número 2 de Flávio Dino

Klepter Rosa Gonçalves foi nomeando comandante da PMDF por Ricardo Cappelli no dia 10 de janeiro, dois dias após invasão de bolsonaristas aos Três Poderes

Cappelli nomeou coronel da PMDF, Klepter Gonçalves, comandante da corporação

O coronel Klepter Rosa Gonçalves, suspeito de omissão nos ataques golpista do 8 de janeiro e preso preventivamente na Operação Incúria, da Polícia Federal, nesta sexta-feira (18), foi nomeado ao cargo de comandante da Polícia Militar do Distrito Federal pelo então interventor federal do DF, Ricardo Cappelli, e elogiado pelo trabalho feito nos dias seguintes. Capelli é secretário-executivo do Ministério da Justiça, pasta chefiada pelo ministro Flávio Dino.

“Sem o apoio do senhor, eu não estaria aqui hoje”, disse Cappelli, ao ser homenageado com o título de cidadão brasiliense na Câmara Legislativa distrital (DF), em maio. “Na noite do dia 8, quando eu recebi a missão, teve um homem que ficou ao meu lado do momento que entrei e não saiu mais do meu lado. Com uma postura exemplar, me apoiando integralmente.”

O próprio Klepter também ofereceu a medalha Tiradentes, a maior comenda da instituição a Cappelli naquele mesmo mês. Ele era sub-comandante da PMDF e foi promovido interinamente ao cargo de comandante no dia 10 de janeiro e efetivado na função no dia 15.

Foi ele o responsável por dar folga ao coronel Jorge Eduardo Naime, chefe do departamento de operações (DOP) do PMDF, para tirar férias no dia 8 de janeiro. “O coronel Naime já havia cumprido várias missões e estava me relatando esgotamento há vários dias” afirmou.

Klepter também disse que a determinação de deixar a tropa de sobreaviso e não de prontidão partiu do próprio DOP, que ficou sob comando interino do coronel Paulo José Ferreira.

A Procuradoria-Geral da República, autora da denúncia que deu início ao trabalho da PF nesta sexta-feira, argumentou que Klepter, na função de comandante-geral da PMDF, “retardou o fornecimento de documentos requisitados pelo Supremo Tribunal Federal, com o claro objetivo de prejudicar e retardar as investigações”.

Procurado, o Ministério da Justiça ainda não havia se manifestado até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestações.

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