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Advogado de Delgatti nega que depoimento do hacker foi combinado com partidos de esquerda

Waltter Delgatti Netto foi ouvido nesta sexta-feira (18) pela Polícia Federal por cerca de duas horas, para esclarecer o suposto encontro que teve no ano passado com Jair Bolsonaro (PL)

O advogado Ariovaldo Moreira negou que tenha combinado depoimento do hacker Walter Delgatti Netto com partidos de esquerda, e disse que o cliente está à disposição para participar de eventual acareação na CPMI dos Atos Antidemocráticos para confirmar as denúncias.

O hacker Waltter Delgatti Netto foi ouvido nesta sexta-feira (18) pela Polícia Federal por cerca de duas horas, para esclarecer o suposto encontro que teve no ano passado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com o então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, além da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP).

“Quem tem contato com o Waltter sou eu. Posso garantir que não houve aliança com partidos de esquerda. Todos que me procuraram eu dei atenção, incluindo parlamentares de direita. Mas nada referente ao teor do depoimento prestado ontem”, explicou o advogado.

Na saída da PF, o advogado revelou que o hacker apresentou novas evidências aos investigadores. “Ele deu detalhes do encontro do Palácio da Alvorada (com Bolsonaro), deu detalhes sobre o encontro no Ministério da Defesa. Para se ter uma ideia, ele deu detalhes da sala do Ministério da Defesa onde ocorreu a reunião”, comentou o advogado, que ingressou hoje com pedido de liberdade no Supremo Tribunal Federal.

“Ele apresentou um áudio e um nome, de uma assessora da deputada Carla Zambelli, sobre a promessa de pagamentos”, revelou o advogado.

O hacker Walter Delgatti será conduzido ainda hoje para a Superintendência da Polícia Federal em Araraquara, em São Paulo.

Delgatti afirmou na última quinta, em depoimento à CPMI dos Atos Antidemocráticos, que houve um pedido para que ele inserisse um código-fonte falso para levantar suspeitas sobre a segurança das urnas eletrônicas. O hacker também revelou à CPMI que Jair Bolsonaro pediu para que ele assumisse a autoria de um grampo, que teria sido realizado contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes.

Repórter da Itatiaia desde 2018. Foi correspondente no Rio de Janeiro por dois anos, e está em Brasília, na cobertura dos Três Poderes, desde setembro de 2020. É formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), com pós-graduação em Comunicação Eleitoral e Marketing Político.
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