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Quaest: fala de Zema sobre Nordeste tem apoio de 57% dos brasileiros mas deveria ser evitada

Declaração do governador Romeu Zema sobre consórcio Sul Sudeste gerou insatisfação de políticos da região Nordeste

Maioria dos brasileiros concordou com declaração de Zema sobre protagonismo do Sul e Sudeste

Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (17) pela Genial/Quaest mostra que 57% dos brasileiros concordaram com a declaração do governador Romeu Zema (Novo) sobre a importância do Consórcio Sul Sudeste, o Cosud, assumir maior protagonismo político no Brasil. Ao mesmo tempo, 61% dos entrevistados entendem que a fala de Zema deveria ser evitada.

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No mês passado, o governador de Minas afirmou que a União dos estados das regiões Sul e Sudeste, no Cosud, teve como objetivo garantir maior protagonismo para as regiões e conseguir maiores conquistas junto ao governo federal e ao Congresso.

“Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Nós falamos, ‘não senhor’. Nós queremos (votação) proporcional à população. Por que (com) sete Estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam. Aí, nós falamos que não. Pode ter o Conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso equivalente”, afirmou Zema.

Números da pesquisa

De acordo com o levantamento da Quaest, feito entre os dias 10 e 14 de agosto, com 2.029 pessoas, 57% dos entrevistados concordam com a fala do govenador de Minas. Já 30% dos entrevistados discordam da fala de Romeu Zema. Outros 13% não souberam ou não responderam.

Quando perguntados se a fala de Zema deveria ser evitada, 61% concordaram e 26% discordaram. Outros 13% não souberam ou não responderam.

Já quando questionados se o Brasil deveria permanecer unido ou deveria se dividir, 85% responderam que o país deve se manter unido e apenas 11% consideraram melhor a divisão do país.

O diretor da Genial/Quaest, cientista político Felipe Nunes, não viu incoerência ou contradição nos resultados. “Na minha avaliação não é qualquer incoerência. Esses resultados revelam a própria natureza da avaliação política no país. O nosso eleitor vê como natural a disputa por protagonismo e força política, mas acha inapropriado que um governador instigue a rivalidade regional ao fazer a defesa nesses termos. Ou seja, Zema não desagradou pelo que pensa ou disse, mas pela forma como escolheu abordar a situação. E na política, forma também é mensagem”, afirmou Nunes.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.