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Países chegam a texto final em cúpula Celac-UE sem termos hostis à Rússia; Nicarágua não endossa trecho

Havia possibilidade de documento não ser emitido pelas discordâncias sobre a guerra; solução foi citar discordância da Nicarágua

Apesar do temor de líderes europeus de não chegar a um texto final da cúpula entre a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e União Europeia (UE), países chegaram a um consenso.

O documento emitido traz menção à guerra na Ucrânia, mas sem termos hostis à Rússia, e com um asterisco no final, citando que um país não concorda com um parágrafo. Esse país é a Nicarágua e o trecho é relacionado à guerra.

O parágrafo 15 do texto, que menciona o conflito, diz o seguinte:

“Expressamos profunda preocupação com a guerra em curso contra a Ucrânia, que continua a causar imenso sofrimento humano e está exacerbando as fragilidades existentes na economia global, restringindo o crescimento, aumentando a inflação, interrompendo as cadeias de suprimentos, aumentando a insegurança energética e alimentar e aumentando os riscos sobre a estabilidade financeira. Nesse sentido, apoiamos a necessidade de uma paz justa e sustentável.

Reiteramos igualmente nosso apoio à Iniciativa de Grãos do Mar Negro e aos esforços da UNSG para garantir sua extensão. Apoiamos todos os esforços diplomáticos destinados a uma paz justa e sustentável, de acordo com a carta da ONU.”

Divergências

O texto foi discutido até o último minuto por causa de divergências sobre o parágrafo relacionado à guerra na Ucrânia. Nas semanas que antecederam a cúpula, líderes latino-americanos vinham pedindo que o texto final excluísse trechos que citassem o conflito, enquanto europeus insistiam sobre a importância de trazer mencionar a guerra.

A solução foi suavizar os termos do texto para que não trouxesse expressões hostis à guerra, passando de uma “condenação” da Rússia para algo sobre “preocupação” com a guerra. Outra saída foi falar sobre a intenção comum de buscar a paz, sem focar em citar um culpado.

A suavização dos termos permitiu que 59 dos 60 países que integram a Celac e a União Europeia endossarem o texto. Apenas um país discordou de um dos parágrafos, conforme diz a nota de rodapé do documento: “Esta Declaração foi endossada por todos os países com uma exceção devido ao seu desacordo com um parágrafo.”

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