O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o retorno da Venezuela ao Mercosul, após receber a presidência do bloco das mãos do presidente argentino Alberto Fernandez. Durante a solenidade, em Puerto Iguazu, Lula condenou o isolamento da Venezuela e disse que é preciso encarar o problema. “Todos os problemas que a gente tiver de democracia a gente não se esconde dele a gente enfrenta eles, sabe. Eu não conheço pormenores do programa com a candidata na Venezuela”, disse o presidente brasileiro, se referindo à cassação de María Corina Machado, principal opositora de Maduro para as eleições deste ano e que foi cassada por “problemas administrativos” do período em que era deputada. No Brasil, a oposição a Lula afirma que a candidata venezuelana foi vítima de perseguição e golpe.
Ninguém larga a mão de ninguém
“Eu acho que entre nós aqui, nós temos que conversar com todas as pessoas e tentar não deixar ninguém pra fora. Durante a minha campanha, a gente criou um lema, ninguém larga a mão de ninguém. Então a gente vai ter que estar junto pra sair junto. Nós queremos trazer outros países pro Mercosul”, conclui o presidente brasileiro.
A Venezuela está suspensa do bloco por descumprimento de regras do grupo, como adoção de tarifa externa comum e respeito as instituições democráticas.
Nicarágua
O petista também disse que irá conversar, na próxima semana, com o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega. O chefe do executivo nicaraguense, que é apoiado pelos governos de Cuba e da Venezuela, vive em guerra com a cúpula da igreja caótica e é acusado de cometer ataques contra religiosos. A igreja, que é uma das poucas instituições independentes do país, é acusada pelo presidente de estar aliada a golpistas e fazer parte de grupos conspiratórios para tirá-lo do poder.
“Eu tive com o Papa Francisco agora e assumi o compromisso de falar com Daniel Ortega na próxima semana a respeito da disputa com setores da igreja”, disse Lula argumentando que todos devem usar seus relacionamentos para mediação.