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CPMI muda convocação de empresário preso por planejar atentado e ele se cala em sessão

George Washington de Oliveira Sousa foi condenado por tentar explodir um caminhão-tanque nos arredores do aeroporto de Brasília

CPMI convocou empresário na condição de ‘investigado’ e não de ‘testemunha’

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro decidiu, de última hora, ouvir o empresário George Washington de Oliveira Sousa na condição de investigado em vez de testemunha. Com isso, ele decidiu ficar calado e não responder às perguntas dos parlamentares.

O empresário está preso, na capital federal, por planejar um atentado à bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal de 2022. George Washington estava acampado em frente ao Quartel-General do Exército, onde bolsonaristas faziam manifestações contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Permanecerei calado”, disse à maior parte das perguntas feitas pela relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

O presidente da CPMI, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), disse que o silêncio do investigado traz “decepção para o Brasil”.

“O que leva uma pessoa a se dirigir ao aeroporto da capital do seu país e por uma motivação banal tenta cometer um crime hediondo contra pessoas inocentes, famílias, homens e mulheres de bem. Que não é nem aquele com quem ele diz ter um ódio direcionado. Tentou, covardemente, de maneira desumana, ceifar a vida de dezenas de brasileiros. Sabemos que essa conduta odiosa que cometeu, o senhor realizou porque é próprio da natureza de pessoas como o senhor agir dessa maneira canhestra, escondida, falsa. Como os vermes que se escondem no esgoto”, afirmou.

A negativa do empresário em responder às questões feitas pela relatora e outros integrantes da comissão irritaram parlamentares, que cogitam até mesmo aprovar um requerimento para quebra do sigilo bancário do empresário.

Empresário preso

George Washington de Oliveira Sousa foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) a nove anos e quatro meses de prisão, em regime inicial fechado.

De acordo com a sentença, ele expôs “a perigo de vida, a integridade física ou o patrimônio de outro” pela colocação de explosivos em um caminhão-tanque e pelo crime de “causar incêndio em combustível ou inflamável”. Ele também foi condenado por “porte ilegal de arma de fogo e artefato explosivo ou incendiário”. A arma e os explosivos foram encontrados no hotel onde ele estava hospedado em Brasília, no momento em que foi preso.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.