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Projeto para derrubar aumento da passagem de ônibus em BH já tem assinaturas suficientes

Vereadores do PT retiraram assinatura e decidiram entrar com uma ação na Justiça para suspender o aumento

Transporte público em Belo Horizonte

O projeto de resolução que propõe derrubar o aumento da passagem dos ônibus de Belo Horizonte de R$ 4,50 para R$ 6 não tem mais a assinatura dos 14 vereadores necessários (veja lista ao final do texto) para começar a tramitar na Câmara Municipal. O aumento entra em vigor a partir de domingo (23) e foi instituído por uma portaria da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) após acordo judicial com as empresas que fazem o transporte coletivo.

Uma versão inicial desta matéria informava que o projeto tinha as 14 assinaturas suficientes. A informação foi baseada em uma nota divulgada às 16h03 desta quinta-feira (20) pela a assessoria do presidente da CMBH, vereador Gabriel (sem partido).

A lista incluía os vereadores do PT, Pedro Patrus e Bruno Pedralva. Porém, segundo Patrus, a bancada do PT pediu a retirada da assinatura deles por meio de ofício protocolado às 12h13. Ou seja, no momento da divulgação da nota da Presidência da Câmara já não haveria assinaturas suficientes para protocolar o projeto. Segundo Pedro Patrus, o PT vai tentar suspender o aumento na Justiça

De acordo a nota divulgada por Gabriel (sem partido), as vereadoras Iza Lourença (PSOL) e Cida Falabella (PSOL) manifestaram intenção de assinar o projeto na segunda-feira (24), o que faria com que o texto volte a ter o número suficiente de assinaturas. Iza disse à Itatiaia que já assinou o projeto e Cida disse que também apoiará o texto.

Subsídio

A justificativa dada pelos vereadores para derrubar a portaria da PBH é que o aumento da passagem é uma interferência no Poder Legislativo e uma tentativa de constranger a Câmara Municipal a aprovar subsídio de R$ 476 milhões para as empresas de ônibus que fazem o transporte coletivo em Belo Horizonte.

Ao anunciar o reajuste da passagem, a prefeitura disse que o valor de R$ 6 seria mantido até os vereadores aprovarem o subsídio. “Quanto maior o subsídio, menor será a tarifa. A Prefeitura não medirá esforços para pagar o maior subsídio e manter a tarifa a mais baixa possível”, diz o comunicado divulgado pela PBH.

“A citação reforça que a Prefeitura tenta, ao aprovar o aumento de tarifa, pressionar os parlamentares a aprovarem o subsídio, em clara afronta ao princípio da separação de poderes”, diz a justificativa do projeto que quer derrubar a portaria da PBH.

Contrapartidas

Os vereadores resistem a aprovar o subsídio nos moldes atuais. Parte deles querem contrapartidas, entre elas passe livre estudantil integral e vale-transporte para os belo-horizontinos se deslocarem para consultas médicas e exames.

Algumas das contrapartidas exigidas pelos vereadores foram atendidas pela prefeitura. O acordo judicial que resultou no aumento da passagem prevê que as linhas de vilas e favelas terão tarifa zero e que o Cartão BHBus - Benefício Inclusão será ampliado para atender mais pessoas, como famílias em situação de pobreza extrema, mulheres em situação de violência doméstica e pessoas em tratamento oncológico no SUS.

Lista dos vereadores que assinam o projeto

Até o momento, 12 vereadores assinaram o projeto de resolução. São eles:

  • Bráulio Lara (Novo)

  • César Gordin (Solidariedade)

  • Ciro Pereira (PTB)

  • Cleiton Xavier (PMN)

  • Gabriel (sem partido)

  • Henrique Braga (PSDB)

  • Irlan Melo (Patriota)

  • Jorge Santos (Republicanos)

  • Loíde Gonçalves (Podemos)

  • Marcela Tropia (Novo)

  • Ramon Bibiano (PSD)

  • Sérgio Fernando (PL)