O prefeito Fuad Noman (PSD) já recebeu do governo federal um minuta autorizando que a prefeitura de BH assuma a gestão do terreno onde hoje funciona o Aeroporto Carlos Prates. Em entrevista à Itatiaia, nesta quinta-feira (23), Fuad defendeu a desativação do aeroporto, mas se disse a favor de um prazo para que as empresas que atuam no local tenham um prazo para deixar o espaço.
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“Essa decisão sobre a desativação foi tomada em 2020, para fechar naquele ano. Prorrogaram. Passou para 2022. Depois para 2023. O governo federal no ano passado queria pegar o terreno e vender. Quem abre e fecha aeroporto é o governo federal. Eu fui contra vender o terreno, porque quem paga R$ 300 milhões por um terreno quer ter lucro maior. O que iriam construir ali? Não estava claro, mas com certeza não seriam parques e casas populares”, explicou Fuad.
O prefeito afirmou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou o fechamento em 31 de março. Na semana passada, após mais um acidente com um avião de pequeno porte que caiu no bairro Jardim Montanhês e resultou na morte do piloto, o governo federal anunciou o fechamento do aeroporto.
No entanto, Fuad disse concordar que as empresas que atuam no local tenham um prazo para desmontar suas garagens, aeronaves e pátios, o que será conversado nas próximas semanas.
“Quando recebi a notícia eu estava em Brasília e noticiei que estava fechando em 31 de março e satisfeito com a possibilidade de receber aquela área para fazer um projeto social. Depois disseram que teriam só 10 dias para terminar, achei muito pouco. Eu liguei para a Anac e falei, olha,não dá para os aviões que estão lá, vários aviões, precisa ter um tempo maior para sair”, avaliou Fuad.
“A Anac autorizou que se converse assim: o aeroporto fecha, fica proibido pousos e decolagens, ficam com autorização especial por um período apenas para que aviões possam sair. Eu não fechei nem abro aeroporto, não tenho poder para prorrogar ou não. Estou aqui defendendo os interesses da cidade de BH. Se o aeroporto fechar, como parece que vai, já recebemos minuta de termo de autorização para a gente assumir, porque sem isso não posso por segurança, dia 1º estou lá. Vou colocar a guarda municipal lá, porque um terreno desses pode ser invadido a qualquer hora, e nossos técnicos vão começar a entrar, conversar com a comunidade”, disse Fuad.
Inaugurado em janeiro de 1944, a região do entorno do Aeroporto do Carlos Prates se tornou palco constante de acidentes com aeronaves e há várias décadas é motivo de dor de cabeça para os moradores dos bairros vizinhos.