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Adélia Prado: deputada defende homenagem à escritora após gafe de Zema

‘Ela trabalha na rádio?’, perguntou o governador de Minas ao receber, de presente, um livro de autoria da poetisa

Adélia Prado é uma das escritoras mais importantes do Brasil

A deputada Andréia de Jesus (PT) pediu que o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) convoque uma reunião especial para homenagear a escritora mineira Adélia Prado, de 87 anos.

Nascida em Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas, onde vive até hoje, a poetisa esteve no centro de uma gafe do governador Romeu Zema (Novo) durante visita à cidade nesta sexta-feira (10).

Ao participar de um podcast, Zema foi presenteado com um livro da escritora, vencedora do Prêmio Jabuti de 1978, e perguntou ao apresentador: ‘ela trabalha na rádio’?

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De acordo com requerimento da petista apresentado neste sábado (11), a homenagem à poetisa, professora, filósofa, romancista e contista brasileira se dá “pela sua relevância para a cultura e povo mineiro e pela importância de sua obra para o movimento de valorização das mulheres”.

Adélia Prado

Adélia Prado começou a escrever seus primeiros versos ainda em 1950, aos 15 anos, logo após a morte da mãe. Sua primeira obra, ‘Bagagem’, no entanto, só foi publicada bem mais tarde, em 1975 - depois de ela se casar, ter cinco filhos e se formar na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis.

No poema ‘Com licença poética’, fez uma releitura do famoso ‘Poema de Sete Faces’, de Carlos Drummond de Andrade, publicado em 1930.

E foi justamente Drummond que a incentivou - uma crônica assinada por Adélia Prado foi publicada no ‘Jornal do Brasil’, como forma de apresentar a ‘nova escritora’ ao Brasil.

‘Bagagem’ foi lançada no Rio de Janeiro, no ano seguinte, em evento que teve a presença não só de Carlos Drummond de Andrade, que vivia na então capital federal, mas de Juscelino Kubitschek, Clarice Lispector, Affonso Romano de Sant’Anna e Nélida Piñon.

Em 1978, Adélia Prado venceu o Prêmio Jabuti, um dos mais importantes prêmios literários do país, com a publicação de ‘O Coração Disparado’.

Após o sucesso dos versos e o Prêmio Jabuti, Adélia se lançou pela primeira vez em prosa, com ‘Soltem os cachorros’, publicado no ano seguinte.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.