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Brasil teve década perdida no combate à corrupção, diz ONG Transparência Internacional

Brasil perdeu 25 posições em ranking de entidade nos últimos 10 anos

Brasil teve década perdida no combate à corrupção, diz levantamento de ONG Transparência Internacional

A organização não-governamental Transparência Internacional divulgou nesta terça-feira (31) um relatório que mostra que o Brasil não evoluiu no combate à corrupção nos últimos dois anos, ficando com os mesmos 38 pontos no Índice de Percepção da Corrupção.

Em 2012, a nota do Brasil era de 43 pontos. A maior queda aconteceu em 2015, quando a pontuação do país caiu para 38 pontos. Entre 2016 e 2017 ela caiu mais 3 pontos, atingindo sua pior nota. Entre 2019 e 2020 a nota subiu para 38 e se manteve no mesmo lugar nos últimos 3 anos.

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Nos últimos dez anos, o Brasil regrediu 25 posições no ranking que mede a percepção sobre a corrupção em 180 países. O Brasil está atualmente na 94º posição, ao lado de Argentina, Indonésia e Turquia.

Veja a evolução da nota do Brasil entre 2012 e 2022:

“A série histórica do IPC mostra que o Brasil teve uma década perdida no combate à corrupção”, diz a organização em nota da Transparência Internacional. “O resultado reflete o desmanche acelerado dos marcos legais e institucionais anticorrupção que o país havia levado décadas para construir”, continua a nota.

Este é o terceiro pior resultado no período. Em 2012, o Brasil marcou 43 pontos e ocupava a 69.ª posição. A nota do último levantamento (38) coloca o país abaixo da média global (43), do Brics (39), da América Latina e Caribe (43) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (66).

Entre 2012 e 2022, o Brasil perdeu 5 pontos no Índice de Percepção da Corrupção e caiu 25 posições, saindo da 69ª para a 94ª colocação.

“Esse resultado é um reflexo direto do desmanche promovido pelo governo Bolsonaro sobre os marcos legais e institucionais anticorrupção que o Brasil levou décadas para construir e da degradação sem precedentes do regime democrático que o país sofreu ao longo dos últimos quatro anos”, diz a ONG.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.