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Nikolas Ferreira sugere prisão de Flávio Dino por ataques em Brasília

Deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) protocolou notícia-crime para o ministro Alexandre de Moraes sugerindo que seja analisada a responsabilização de Dino

Parlamentar mineiro informou nesta quarta-feira

Em função dos ataques em Brasília no último domingo (8), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) decidiu protocolar uma notícia-crime no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, presidido pelo o ministro Alexandre de Moraes, para que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a responsabilização do ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, nos atos que culminaram na destruição das sedes dos Três Poderes. O parlamentar mineiro sugere que houve “omissão intencional” do ministro de Lula.

Em tuítes publicados na noite desta quarta-feira (11), Ferreira sugere até que seja decretada a prisão preventiva de Flávio Dino.

“Há fortes evidências de que o ministro havia sido informado dos acontecimentos inclusive por parte da agência de inteligência brasileira”, escreveu. “Sendo verdadeiro, os fatos são muito graves (…). Ou seja, nesse tipo de omissão, ele (Flávio Dino) tinha o dever, por lei, de impedir qualquer resultado criminoso”, concluiu.

A Itatiaia aguarda retorno da assessoria do ministro Flávio Dino.

Prisão preventiva

À Itatiaia, Ferreira reforçou a tese de que Flávio Dino estava ciente do risco de violência nos atos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília. Ele justifica que o fundamento para o pedido de prisão preventiva do ministro da Justiça e Segurança Pública deve ser o mesmo usado no pedido de prisão do ex-secretário de Justiça do Distrito Federal, Anderson Torres – exonerado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) ainda no domingo, Torres teve prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes.

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“A fundamentação do pedido é a mesma utilizada do Alexandre de Moraes para outros atores no dia 8, tanto que cometeram ações quanto também omissões. Então, basicamente estou pedindo para que a Justiça tenha o mesmo tratamento com ambos e não seja parcial com nenhum dos agentes”, detalhou.

Ouça o que disse o deputado federal Nikolas Ferreira à Itatiaia:

Deputado do PP pediu abertura de CPI para investigar Flávio Dino

Ainda nesta quarta-feira (11), o ministro de Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), se tornou alvo de um pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para também investigar se houve omissão durante os atos de violência praticados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no último domingo (8), em Brasília. O pedido é do deputado federal Evair Vieira Melo (PP-ES) e requer as assinaturas de 171 deputados para que seja protocolada junto à Mesa Diretora da Câmara.

Moraes afasta governador do DF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), nos últimos minutos da noite de domingo (8). Ele deverá permanecer distante do cargo por 90 dias. No lugar de Rocha, assumirá a vice-governadora Celina Leão (PP). A decisão do ministro parte de um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e da Advocacia-Geral da União.

No documento, Moraes detalha que houve descaso e conivência do governo do Distrito Federal com a organização das manifestações. Ele cita ainda que uma apuração separada investigará a responsabilidade do ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, exonerado nesse domingo (8), nos crimes cometidos em Brasília.

O que aconteceu em Brasília?

Milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram em manifestação na praça dos Três Poderes, em Brasília, na manhã deste domingo (8); entretanto, no início da tarde, criminosos romperam os bloqueios e invadiram as sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto. À noite, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) confirmou a prisão de, pelo menos, 400 manifestantes – recolhidos em ônibus da Polícia Militar (PM) e transferidos para o Departamento de Polícia Especializada (PCDF).

Após as invasões e os atos de depredação do patrimônio público, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal sobre a segurança pública do Distrito Federal. A medida excepcional permite que o governo federal se torne responsável pela segurança na área. O interventor será o atual secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Cappelli. O decreto mantém a intervenção até o próximo 31 de janeiro.

(Com Lucas Pavanelli e Mariana Cavalcanti)

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.