A ministra Simone Tebet (MDB) assumiu nesta quinta-feira (5) a pasta do Planejamento com críticas ao governo Jair Bolsonaro (PL) e prometendo responsabilidade nos gastos públicos e mobilização para a aprovação urgente da reforma tributária.
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Ao lado do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), Tebet afirmou que as visões diferentes da equipe econômica do governo Lula será importante para alcançar resultados positivos.
“Comungo com sua visão, ministro Haddad, de que há necessidade não só de cuidar dos gastos públicos, mas de aprovação urgente da reforma tributária. Para garantir menos tributos no consumo, que normalmente atinge e ataca os mais pobres, mas que possamos ter um sistema tributário regressivo e com simplificação. Somente assim teremos o crescimento necessário para garantir emprego e renda”, afirmou Tebet.
A ministra afirmou que o governo terá como prioridade as políticas sociais, mas ressaltou que será fundamental o equilíbrio fiscal.
“Política social é central nesse governo, para o país, mas não há política social sustentável sem uma política fiscal responsável. Seremos responsáveis com os gastos públicos”, disse Tebet.
“Surpresa”
Tebet afirmou que se sentiu surpresa com o convite de Lula para a pasta do Planejamento, uma vez que a área econômica é a que mais tem divergências com lideranças petistas.
“Fui parar justamente em uma pauta que tenho alguma divergência. Total sinergia na pauta social e de costumes, estava pronta para assumir qualquer tarefa nessa área, mas fui parar na pauta econômica”, disse.
“Eu disse ao presidente Lula, nessa pauta nós temos divergências, ele me ignorou, como quem diz, 'é isso que eu quero, sou um presidente democrata e um presidente democrata não quer apenas os iguais, mas os diferentes para somar’”, afirmou Tebet.