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‘Retrocesso histórico na vida das estatais brasileiras’, diz Tasso sobre mudança aprovada na Câmara

Senador criticou texto aprovado pelos deputados com mudanças na Lei das Estatais

Senador Tasso Jereissati criticou mudança na Lei das Estatais aprovada pela Câmara

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) classificou como “burrice” e “retrocesso histórico” o texto aprovado pela Câmara dos Deputados que afrouxa a Lei das Estatais.

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O tucano foi o relator da lei que implementou medidas mais rígidas para a nomeação em cargos de chefias das empresas estatais. Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, Tasso afirmou que a mudança deixa a porta aberta para “coisas não republicanas”.

“É um retrocesso histórico na vida das estatais brasileiras rumo à República das Bananas. Do outro lado, é uma burrice porque o Aloizio Mercadante, no caso, se foi feito para beneficiá-lo, acho que prejudicou. Como o Aloizio é doutor em economia, tem toda a credencial, não tinha mandato, não fazia parte do diretório do PT, não participava de eleições há muito tempo, ele tinha toda uma narrativa para o conselho do banco apreciar. Foi um tiro no pé dele”, afirmou o senador.

Aprovação na Câmara

O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados na noite de terça-feira (13), horas depois que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a indicação do ex-ministro Aloizio Mercadante para o comando do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Inicialmente, a proposta alterava apenas regras sobre gastos das empresas públicas com publicidade, mas foi modificada de última hora para incluir no texto a redução do tempo de quarentena para indicados ao comando de estatais que tenham participado de campanhas eleitorais.

O texto foi aprovado por 314 votos favoráveis e 66 contrários. A legislação atual sobre as empresas públicas, em vigor desde 2016, estabelece uma quarentena de 36 meses para alguém que tenha atuado na organização, estruturação e realização de campanha eleitoral, assumir cargo de administrador de empresa pública ou sociedade de economia mista ou se tornar membro de conselhos de administração de estatais.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.