O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito para investigar o ex-piloto de Fórmula 1, Nelson Piquet, por ameaças contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em um vídeo que circula nas redes sociais, o apoiador declarado do presidente Jair Bolsonaro (PL), em uma manifestação contrária ao resultado das eleições, ameaçou o petista:
“Vamos botar o Lula filho de uma p... fora disso”, disse Piquet em um vídeo gravado por outro bolsonarista. E completou: "É Lula lá no cemitério, filho de uma p...”.
Em uma Notícia de Fato, o MPF argumenta que as declarações de Piquet não são “meras expressões de opinião” em relação ao governo eleito, mas faz uma incitação dirigida à população geral.
“Em primeiro lugar, não se trata de declarações proferidas em âmbito doméstico, familiar ou de círculo de amizades, mas sim de gravação realizada em público e durante atos com milhares de pessoas, evidenciando-se a ciência de que viriam a ser
difundidas ou divulgadas em redes sociais, sendo dirigidas à população em geral e não a grupos específicos de pessoas”, diz trecho da manifestação do MPF.
O órgão diz, ainda, que devido à notoriedade pública de Piquet, “deveria ser sabido que as declarações teriam o potencial de alcançar centenas de milhares de pessoas, como de fato o fizeram”.
Por fim, o MPF ressalta que as ameaças foram proferidas durante uma manifestação antidemocrática em que “era facilmente deduzível ao representado que suas declarações poderiam - como ainda podem - realmente incitar a prática de atos concretos de violência contra o governante eleito ou contra o governo eleito”.