O ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiu que o valor de R$ 600 para o Auxílio-Brasil será mantido para o ano que vem, mesmo após o governo federal ter encaminhado ao Congresso Nacional o projeto de lei orçamentária prevendo um valor de R$ 405 - ou seja, R$ 195 a menos do que é pago hoje.
Em entrevista exclusiva à Itatiaia, Guedes afirmou que os recursos para garantir o programa de transferência de renda do governo federal sairá da tributação do que ele chamou de “super-ricos”.
“Nós já aprovamos na Câmara, o projeto de reforma tributária, um capítulo especial dele era que nós estamos tributando os super-ricos. São 60 mil pessoas que ganharam mais de R$ 300 bilhões e não pagaram Imposto de Renda. O sujeito não precisa ter vergonha de ser rico, agora tem que ter vergonha de não pagar imposto”, defendeu.
Ainda de acordo com Guedes, a taxação sobre esse público seria mais que suficiente para financiar o pagamento da diferença entre o valor atual do Auxílio-Brasil e o que está proposto no Orçamento.
“Nós já tínhamos orçado um pagamento de pelo menos 15%, o que daria R$ 69 bilhões e, com isso, nós pagaríamos tranquilamente os R$ 52 bilhões desses R$ 200 a mais no Auxílio-Brasil para garantir que ficam em R$ 600. Então, isso aí não causa perturbação nenhuma na nossa programação orçamentária”, afirmou.
Guedes também fez coro ao discurso do presidente Jair Bolsonaro, que tem comparado o valor atual repassado pelo governo federal às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza com o que era pago na época do Bolsa Família.
“Nunca se transferiu tanta renda para os mais vulneráveis, para os brasileiros mais frágeis. São 54 milhões de brasileiros que estão recebendo três vezes mais do que recebiam antes da covid chegar aqui. Na época do Bolsa Família eram R$ 180, então nós estamos pagando três vezes mais”, disse.