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Reunião no Palácio da Liberdade para discutir reparação por desastre em Mariana termina sem acordo

Zema e Luiz Fux se reuniram no Palácio da Liberdade com outras autoridades, mas ainda há entraves para uma repactuação final

CNJ faz mediação de possível novo acordo pela tragédia de Mariana, em 2015

Terminou sem acordo a reunião realizada nesta sexta-feira (19), no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, para discutir o acordo de reparação pela tragédia de Mariana, em novembro de 2015. O encontro, a portas fechadas, reuniu o governador Romeu Zema (Novo), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, além da cúpula do governo do Espírito Santo, Ministério Público, Advocacia Geral da União (AGU) e representantes das empresas Vale, BHP e Samarco.

Uma nova reunião foi marcada para a próxima terça-feira (23) na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília.

O encontro era mais uma tentativa para avançar no acordo, que prevê um repasse bilionário das empresas envolvidas no rompimento da barragem de Fundão. Um dos pontos do entrave do acordo é o valor que será destinado à repactuação. Outro ponto que ainda é discutido é a continuidade ou extinção da Fundação Renova.

Além de Zema e Fux, participaram do encontro também o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, o procurador-geral da República, Augusto Aras, o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares, e o advogado-geral da União, Bruno Bianco.

A conclusão do acordo é apontada pelo ministro Fux como uma prioridade de sua gestão à frente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após reunião do órgão no mês passado, o presidente do Supremo afirmou que esperava resolver os impasses para o acordo em 60 dias.

Negociações

No início de julho, o governo de Minas formalizou às mineradoras uma nova proposta pela repactuação do acordo de Mariana com o valor da indenização de R$ 117 bilhões.

Entre pontos já colocados pela Vale durante as negociações, a mineradora pontua que os gastos feitos através da Fundação Renova já sejam incluídos nos valores finais da repactuação - a Renova já gastou, quer dizer, “investiu”, cerca de R$ 23 bilhões, segundo dados da fundação.

O primeiro valor negociado com a Vale, após cálculos do MP e de técnicos dos Estados, foi de R$ 155 bilhões - valor colocado, também, na ação feita pelo MPMG na Justiça.

Lucas Ragazzi é jornalista investigativo com foco em política. É colunista da Rádio Itatiaia. Integrou o Núcleo de Jornalismo Investigativo da TV Globo e tem passagem pelo jornal O Tempo, onde cobriu o Congresso Nacional e comandou a coluna Minas na Esplanada, direto de Brasília. É autor do livro-reportagem “Brumadinho: a engenharia de um crime”.
Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.