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Auxílio Brasil de R$ 600 vai ajudar no combate à fome e na economia, opinam deputados

Parlamentares defendem reajuste do benefício, que começou a ser pago nesta semana em todo o país

Auxílio Brasil turbinado começou a ser pago nesta semana

O Auxílio Brasil com o novo valor de R$ 600, que começou a ser pago nesta semana, vai ajudar a diminuir a fome no Brasil, gerar impacto positivo na economia e o grande desafio agora é manter esse valor de forma permanente a partir do ano que vem.

A avaliação é do deputado federal mineiro Marcelo Aro (PP), que foi o relator do Auxílio Emergencial e do Auxílio-Brasil na Câmara Federal.

“Com R$ 600 você já tem um valor razoável pra conseguir saciar a necessidade básica dessa população que está em situação de vulnerabilidade, de extrema pobreza e pobreza. É um valor bem melhor do que aquele valor que era praticado antes, no Bolsa Família, que era de R$ 189, em média ", opina o parlamentar.

Para Aro, além de ajudar de forma imediata nas necessidades básicas dessas famílias, o recurso também ajudará a movimentar a economia interna.

“Nós temos aí 20 milhões de famílias sendo beneficiadas com o valor de R$ 600 por mês. É uma injeção de dinheiro grande na economia do país, porque o beneficiário que recebe esse valor, ele gasta no mercado, na feira, na farmácia... então, esse dinheiro gira a economia, gera emprego e traz outros benefícios para a economia, que não somente ajudar essa pessoa que está em situação de extrema pobreza”, afirma.

O aumento de R$ 400 para R$ 600 no valor do Auxílio Brasil foi possível graças a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada no Congresso Nacional. No entanto, neste formato, o benefício tem data para terminar: 31 de dezembro. A partir de agora, parlamentares terão que discutir como manter o auxílio neste patamar para o futuro.

De acordo com Aro, há possibilidade de que o governo federal continue a pagar R$ 600 mensais de auxílio, mas os recursos terão que sair de algum lugar.

“A gente tem que priorizar. Então, quando a gente fala nesse investimento, ou nesse gasto, de R$ 130 bilhões, a gente também tem que falar de onde tirar. A economia do país parece um pouco com a nossa economia doméstica. Dentro de casa, se você quer investir numa coisa você tem que tirar de outra porque o ganho é o mesmo. Então, precisamos escolher aonde investir. Na minha opinião o Brasil precisa investir em assistência social”, afirma.

Ainda de acordo com o parlamentar, um dos alvos deve ser “o inchaço da máquina pública”.

“Menos cargos, menos coisas inúteis no nosso estado e mais investimento em assistência social, em tirar a pessoa da situação de vulnerabilidade que ela se encontra e tentar progredi-la socialmente. Ou seja, o objetivo central do estado é tirar essa pessoa da miséria, né? E aos poucos além de dar os R$ 600 para ela, também vai motivar ela a buscar um emprego, a conseguir produzir alguma coisa para que amanhã ela não precise mais desse benefício”, afirmou

O deputado federal André Janones (Avante) concorda que o valor de R$ 600 que começou a ser pago nesta semana vai ajudar a reduzir a fome de imediato. Mas critica o fato de a quantia ser válida apenas até o fim do ano.

“Eu acredito que o auxílio vai ajudar a diminuir momentaneamente a fome no nosso país. E essa é a minha grande crítica. Tenho absoluta convicção que a gente precisa levar ao nosso povo dignidade de forma permanente e não de forma eleitoreira. E essa é a tentativa clara do presidente Jair Bolsonaro”, critica.

“Vai impactar positivamente a economia, é óbvio, mas a gente conta aí que as pessoas tenham o discernimento, que o povo brasileiro possa entender. Primeiro, que esse auxílio não é nenhuma doação, é dinheiro dos impostos voltando. E, principalmente, que a gente precisa buscar meios pra que esse auxílio possa permanecer após dezembro. Esse é o nosso grande desafio e é o que a gente está buscando viabilidade através do Congresso Nacional”, conclui.

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.