A vereadora Fernanda Altoé (Novo) acusou o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), de “assédio judicial” ao abrir um processo contra o jornalista Lucas Ragazzi após publicação de uma reportagem sobre o
“Assédio judicial é quando se usa a justiça para intimidar, para calar a imprensa. É uma situação muito grave que vivenciamos em BH. Eu analisei a matéria jornalística e ele descreve fatos e fatos que aconteceram exatamente como está no processo de cobrança do IPTU em que o procurador pediu a extinção do processo sem julgamento do mérito”, critica a advogada.
A reportagem, publicada em 19 de julho, revela que a Prefeitura de Belo Horizonte desistiu de uma ação de cobrança de uma dívida de IPTU contra o ex-prefeito Alexandre Kalil pouco antes de ele deixar seu mandato à frente do Executivo municipal. Ele largou a prefeitura em 25 de março para se dedicar à pré-campanha ao Governo de Minas.
Dívida de IPTU
A própria Procuradoria Municipal entrou com a ação em 2015 em que cobrava cerca de R$ 30 mil, em valores atualizados, de um imóvel localizado na região da Pampulha. Kalil foi eleito pela primeira vez no ano seguinte. No entanto, em fevereiro de 2022, cerca de um mês antes da renúncia do prefeito, a mesma procuradoria mudou de ideia e desistiu da ação, alegando que havia um processo interno sobre o assunto em andamento.
“O jornalista pediu o documento que fundamentou a tomada de decisão da procuradoria e a prefeitura não respondeu. O ex-prefeito pediu no mesmo dia e teve acesso”, criticou a vereadora Fernanda Altoé em sessão na Câmara Municipal nesta semana.
Na ocasião, a reportagem procurou a assessoria do ex-prefeito Alexandre Kalil, que não respondeu, e a Prefeitura de Belo Horizonte, que disse que não iria comentar o assunto.