O vereador Gabriel Azevedo (sem partido) denunciou a secretária municipal de Educação, Ângela Dalben, por ter firmado uma parceria com a Organização da Sociedade Civil Conselho da Comunidade Assis Chateaubriand, na região do Barreiro.
Um extrato de termo de colaboração estabelece um contrato de mais de R$ 2 milhões para prestação de serviços até 2024. Durante a sessão de quinta-feira (4), na Câmara de Belo Horizonte, o vereador disse que a parceria é uma articulação política e que o Conselho é envolto em corrupção.
“Uma ONG, ainda na gestão passada, queria fazer um acordo com a Secretaria de Educação. Esse acordo foi negado porque essa ONG é cheia de rolo, cheia de problemas. Mudaram o nome. É uma ONG ligada ao Paulo Lamac (REDE), que indicou a secretária e, agora, eles toparam fazer o acordo. Quem trouxe a denúncia para casa não foi qualquer vereador. São os dois vereadores que são vice-líderes de governo: o Weslei e Wanderlei. É uma ONG bandida fazendo acordo com a prefeitura. Quando a secretaria de educação faz isso, ela é bandida também”, disse Gabriel.
Segundo Gabriel, a ONG teria desviado verbas. “A ONG não estava com os documentos certos para receber repasse da prefeitura. Isso tudo não sou eu que estou dizendo não. O Wanderley Porto e o Wesley Auto Escola foram à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e exibiram esses documentos na frente da secretaria e com o governo, que até agora não fez nada”, completou.
De acordo com o vereador Wanderley, em 2017, a PBH cancelou o convênio com a referida instituição por falta de prestação de contas, cerca de R$300 mil, aproximadamente. “Quando foi no ano passado, essa instituição mudou o CNPJ e trocou membros da diretoria e tentou novo convênio. Alertei a secretária de Educação dessa possível manobra por parte deles. Quando foi neste ano, em junho, a secretária fez novo convênio com eles”, denunciou.
Ele ainda disse que procurou o governo, juntamente com os vereadores Wesley e Juliano Lopes, e também a secretária de Educação para reforçar o alerta sobre irregularidades na ONG.
“De forma imediata, o secretário de Governo determinou que a corregedoria apurasse. Ressaltamos que em nenhum momento acusamos a secretária Ângela de bandida ou que ela estivesse envolvida no caso. Esses contratos seguem os trâmites e, infelizmente, passou, mas algo que acreditamos que uma apuração mais detalhada será observado o equívoco”, acrescentou Wanderley.
A Secretaria de Educação informou apenas que não foi convocada para tratar do tema. O deputado Paulo Lamac, até o fechamento desta reportagem, não nos retornou.
A reportagem foi até a porta do Conselho Assis Chateaubriand, no Barreiro, mas ninguém atendeu.