O Tribunal de Contas da União (TCU) aponta superfaturamento na compra de Viagra pelas Forças Armadas. A conclusão é da área técnica do tribunal, que analisou o gasto de mais de mil R$ 55 mil para a compra de 15 mil unidades de sildenafila, R$ 3,65 por comprimido, feita pelo hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. As informações foram obtidas pelo site Metrópoles.
“Muito embora o edital tenha estimado a compra em R$ 22.226,40, a um custo unitário de R$ 1,47, o HNMD gastou R$ 55.188,00 (15.120 comprimidos a R$ 3,65). Considerando o preço médio indicado no painel de preços, R$ 1,81, conclui-se que as aquisições realizadas pelo HNMD resultaram em um débito de R$ 27.820,80”, destaca parecer técnico do TCU.
Os ministros avaliam agora se vão determinar prazo de 90 dias para que o hospital adote as medidas administrativas pertinentes para apuração do débito e de outras ao seu alcance. A orientação nesse sentido foi dada ao TCU pela Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog)
O caso sobre a compra de Viagra chegou ao tribunal após pedido de apuração do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e do senador Jorge Kajuru (Podemos-GO). Na época, o deputado por Goiás apontou indícios de superfaturamento de até 550% e revelou contrato firmado entre o Comando da Marinha e o laboratório EMS S/A para fornecimento de mais de 11 milhões de comprimidos de citrato de sildenafila de 20, 25 e 50 miligramas de 2019 a 2022.
Em audiência na Câmara dos Deputados em junho deste ano, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, defendeu a compra de Viagra e próteses penianas. Ele argumentou que a aquisição foi necessária para suprir demandas de militares, dependentes e demais usuários dos sistemas de saúde das Forças Armadas.
