Ouvindo...

Dólar já caiu 13% no ano: é a hora de comprar?

Moeda americana caiu de quase R$ 6,20 para R$ 5,33 desde o final de 2024 com o aumento da diferença de juros entre Brasil e Estados Unidos

Dólar fechou a sexta-feira (3) cotado em R$ 5,33

O dólar segue em desvalorização frente ao real neste ano, com um recuo de 13,6% no acumulado, a R$ 5,33. A queda acentuada suscita uma questão importante para quem quer investir na moeda americana: já está na hora de comprar ou é melhor esperar cair ainda mais?

No final de 2024, o dólar chegou a bater sucessivos recordes e fechou o ano em R$ 6,18, com investidores avaliando o risco fiscal do país com a dificuldade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em cortar gastos. Porém, de lá para cá, na medida em que a diferença entre a taxa básica de juros no Brasil e nos Estados Unidos crescia, a moeda passou a cair.

Com a Selic em 15% ao ano, e os juros nos EUA no intervalo entre 4% e 4,25%, os investidores apostam em uma dinâmica chamada de “carry trade”. A estratégia consiste basicamente em tomar empréstimo em um país com juros menores e investir em títulos de renda fixa no país que vai ter rendimentos maiores.

Incerteza global valoriza a diversificação em moedas

Porém, ainda é preciso cautela antes de tomar a decisão de comprar a moeda. O diretor de operações internacionais do Inter, Cássio Segura, explica que o câmbio ainda depende de variáveis econômicas internas e externas que não são fáceis de prever “devido ao momento de incerteza no cenário global”.

“De qualquer forma, diversificar nossos investimentos em moeda estrangeira é saudável e atemporal e independe do momento e do preço do dólar. Investidores inteligentes e que tem sucesso buscam desenhar um plano de investimentos e diversificação de ativos e mantém disciplina nos investimentos, investindo consistentemente de acordo com sua capacidade”, disse, em entrevista à Itatiaia.

Apesar da cautela, ele destaca que investir em outras moedas como o dólar, é “atemporal”, se mostrando uma excelente opção de diversificação com retornos superiores a diversas classes de ativos. Segundo o especialista, o importante é ter um planejamento e consistência de longo prazo. “Já investidores que buscam tentar acertar o timing do mercado, normalmente têm maior dificuldade de acerto e obtêm retornos inferiores”, declarou.

Leia também

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.