Ouvindo...

Fecomércio-MG prevê queda de 60% na venda de bebidas destiladas por risco de metanol

Presidente da Federação do Comércio de Minas Gerais vê retração natural na venda de bebidas destiladas com precaução do consumidor

Intoxicação por metanol em bebidas destiladas acende alerta no varejo

O presidente da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Nadim Donato, estima que a venda de bebidas alcoólicas destiladas pode cair em até 60% com o temor da intoxicação por metanol. Segundo ele, a preocupação é com a retração do consumidor, uma vez que ainda não houve casos confirmados no estado.

Donato ressaltou que a entidade procurou a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) para identificar as fábricas que utilizam metanol em seu processo, mas até o momento ainda não houve uma identificação. “ Existe um trabalho a ser feito, porque você não pode acusar pessoas que não estão participando disso [adulteração]”, destacou.

No momento, 59 casos de suspeita de intoxicação por metanol foram notificados no país. Desse total, 11 tiveram a presença da substância confirmada em laboratório. A maioria dos casos foram registrados em São Paulo, mas há suspeitas em Pernambuco, Distrito Federal e Bahia.

Até a manhã desta sexta-feira, havia uma morte confirmada por intoxicação por metanol após o consumo de bebida alcoólica adulterada em São Paulo. Outras 6 mortes estão sendo investigadas, sendo três na capital paulista, duas em São Bernardo do Campo, e outra em Feira de Santana, na Bahia.

Campanha para valorizar os bons produtos

O presidente da Fecomércio Minas destacou que é importante fazer uma campanha para valorizar as boas práticas e os produtos que estão de acordo com os padrões de qualidade da vigilância sanitária. Ele ressalta que os produtos no estado possuem selo de qualidade e prêmios reconhecidos no exterior.

“Nós temos bons produtos. Recebemos medalhas no Gim, em uma série de outras bebidas. A nossa cachaça é tradicional, vai para o Brasil inteiro e para fora, tem selo de qualidade. A produção é controlada, então não há preocupação em relação a isso. O que se diz é que aconteceu pontualmente em São Paulo, e estão buscando bebidas como whisky e vodka, e nós estamos atentos. Em Minas não há nada, então não há motivo de preocupação”, disse.

Questionado sobre a retirada de bebidas de restaurantes e clubes, destacou a precaução dos empresários frente a falta de clareza de onde veio a intoxicação dos destilados. “O empresário está preocupado com a saúde. Às vezes ele não sabe se comprou de uma empresa correta, que fez algo incorreto. Na hipótese, ele está recolhendo o produto. Eu acho isso importante, por isso falo de uma queda de 60% no faturamento em bebidas desse tipo”, declarou.

Leia também

Fabiano Frade é jornalista na Itatiaia e integra a equipe de Agro. Na emissora cobre também as pautas de cidades, economia, comportamento, mobilidade urbana, dentre outros temas. Já passou por várias rádios, TV’s, além de agências de notícias e produtoras de conteúdo.
Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.