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Dólar cai com risco de paralisação no governo dos Estados Unidos; entenda

Moeda fechou o dia em R$ 5,32, com queda generalizada no mercado global frente ao risco de ‘shutdown’ nos EUA

Risco de paralização nos EUA levou queda global do dólar

O dólar fechou a segunda-feira (29) em desvalorização frente ao real, caindo 0,31%, cotado a R$ 5,32. O mercado avalia o risco de paralisação do governo de Donald Trump, caso o Congresso não aprove até a meia noite desta terça-feira (30) uma nova peça orçamentária ou a prorrogação do atual orçamento.

O risco levou a uma queda generalizada da moeda americana em todo mundo. O índice do Dólar (DXY), que mede a força do câmbio frente aos principais papeis, teve uma queda de 0,22%, a 97.934 pontos.

Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos, a paralisação afetaria inclusive os departamentos importantes de estatísticas. “Investidores mostraram uma percepção de riscos um pouco maior para ativos americanos, o que enfraqueceu o dólar mundialmente”, disse.

Conhecido como “shutdown”, a paralisação é uma preocupação séria do governo Trump. Nesta segunda, o presidente reuniu líderes do Congresso na Casa Branca para tentar chegar a um acordo, mas não houve sinal de consenso com os democratas.

A oposição quer usar a paralisação para recuperar parte dos recursos que foram bloqueados por Trump, e manter os subsídios de saúde que expiram no final do ano. O valor é de cerca de US$ 1,7 trilhão em gastos discricionários, cerca de um quarto do orçamento total de US$ 7 trilhões.

“Acho que estamos caminhando para um shutdown porque os democratas não farão a coisa certa. Espero que eles mudem de ideia, mas vamos ver”, disse o vice-presidente JD Vance após a reunião com os líderes do Congresso.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que o governo pode evitar o “shutdown” se fizer algumas concessões. “Se ele aceitar algumas das coisas que pedimos, que acreditamos que o povo americano apoia, sobre saúde e revogações, ele pode evitar um shutdown, mas ainda há grandes diferenças entre nós”, afirmou.

Bolsa sobe após renovar recorde intradiário

O Ibovespa, índice que reúne as principais ações na bolsa brasileira, voltou a renovar o seu recorde aos 147.558,22, durante o dia. Porém, perdeu um pouco de força e fechou em alta de 0,61%, aos 146.336,80 pontos. O volume negociado foi de R$ 18,6 bilhões.

No cenário doméstico, o dia começou bem com o reforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), de que o governo federal vai cumprir a meta fiscal de déficit zero em 2026. Segundo o petista, não haverá mudanças na meta. “A meta da LDO, que nós mandamos em abril de 2023, de 2024 para 2025, está sendo perseguida com todo o esforço que você sabe que isso exige. E para a 26 vai ser igual”, disse.

A alta foi estabilizada com os dados do emprego. O Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra uma desaceleração do mercado de trabalho em agosto. Segundo as informações do Ministério do Trabalho e Emprego, o país teve um saldo de 147.358 vagas no mês passado, o pior resultado desde 2020.

Em relação a agosto de 2024, o mercado de trabalho teve uma queda de 38%, quando na época foram registradas a criação de 239 mil vagas formais. Em agosto de 2020, primeiro ano do Novo Caged, foram registradas 214 mil vagas.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.