Segundo Carla Gonçalves, gerente do Centro de Inovação em Ergonomia do Sesi, a ergonomia é a ciência que busca adaptar o trabalho às características físicas e cognitivas dos trabalhadores, com o objetivo de
Dentro deste cenário, a análise ergonômica do trabalho (AET) surge como uma ferramenta fundamental para as empresas que desejam
O que é a análise ergonômica do trabalho
A AET é uma avaliação detalhada que a organização deve realizar em situações específicas para adaptar o ambiente laboral às necessidades dos colaboradores. De acordo com a NR 17, sua aplicação é indicada quando há a necessidade de uma avaliação mais aprofundada, quando as ações já adotadas são insuficientes ou quando sugerida pelo acompanhamento de saúde dos trabalhadores.
A análise também é exigida quando a investigação de acidentes e doenças aponta as condições de trabalho como uma das causas. O processo da AET inclui desde a análise da demanda e do funcionamento da organização até o estabelecimento de um diagnóstico e a recomendação de melhorias, sempre com a participação dos trabalhadores.
A ergonomia além da cadeira: o impacto na saúde mental
É um erro pensar que a ergonomia se resume a cadeiras e mesas adequadas. Conforme explica Carla Gonçalves, a disciplina também observa a organização do trabalho, como a imposição de metas rigorosas, a ausência de pausas e o excesso de tarefas.
“Quando bem aplicada, reduz estresse, melhora a concentração, dá mais autonomia e gera sensação de cuidado, o que aumenta muito a satisfação e o engajamento”, explica Gonçalves. A especialista destaca que o foco nos fatores psicossociais é uma tendência cada vez mais indispensável, reconhecendo que a saúde mental é parte essencial da ergonomia.
Como a AET previne lesões e afastamentos
A NR 17 estabelece que as empresas devem adotar medidas para evitar a sobrecarga muscular estática ou dinâmica do tronco, pescoço, membros superiores e inferiores. A AET é o instrumento que identifica a necessidade de intervenção para prevenir movimentos e posturas que podem comprometer a saúde e a segurança.
As medidas preventivas recomendadas incluem:
- Pausas para recuperação psicofisiológica, computadas como tempo de trabalho efetivo.
- Alternância com outras tarefas que permitam variar posturas e grupos musculares.
- Alteração na forma de execução ou organização da tarefa.
- Ao implementar essas ações, a empresa atua diretamente na causa de muitas lesões por esforço repetitivo (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), que estão entre os principais motivos de afastamento.
Investir em ergonomia é investir no negócio
Na visão de Carla Gonçalves, a implementação de uma AET e a consequente adequação das condições de trabalho não devem ser vistas como um custo, mas como um investimento estratégico. “Empresas que cuidam bem de seus trabalhadores são justamente as que se mantêm fortes, competitivas e sustentáveis no mercado”, afirma a especialista.
Ao adaptar o trabalho ao ser humano, a indústria não apenas cumpre uma exigência legal, mas também promove um ambiente mais saudável, reduz o absenteísmo, aumenta o engajamento e, consequentemente, melhora sua produtividade geral.
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