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Como ajustes simples na ergonomia podem evitar lesões ocupacionais

Fisioterapeuta do Sesi Uberlândia explica como mudanças na postura, pausas regulares e adequações ergonômicas podem reduzir o risco de LER/DORT

Pausas e alongamentos ao longo do expediente são fundamentais para prevenir dores musculares e fadiga

As LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e os DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) representam um dos maiores desafios de saúde ocupacional no Brasil. Presentes em ambientes industriais, administrativos e até em home offices, essas condições são causadas por uma série de fatores, como movimentos repetitivos, posturas incorretas e longas jornadas sem pausas adequadas.

De acordo com Carla Carneiro, fisioterapeuta e analista de ergonomia do Sesi em Uberlândia, é possível prevenir a maioria dos casos com ações simples e de baixo custo.

“A ergonomia preventiva envolve desde o ajuste de cadeiras e mesas até a conscientização dos trabalhadores sobre a importância da postura correta e das pausas regulares”, afirma em entrevista à Itatiaia.

Ações simples que previnem lesões graves

A identificação precoce dos sinais de LER/DORT é essencial para evitar agravamentos. Entre os sintomas mais comuns, segundo Carla, estão:

  • Dores localizadas;
  • Formigamento;
  • Sensação de peso nos braços ou ombros;
  • Rigidez muscular;
  • Perda de força;
  • Limitação de movimentos.

“São sintomas que se desenvolvem de forma progressiva e que, se ignorados, podem evoluir para quadros crônicos e incapacitantes”, alerta a especialista.

Na prática, a prevenção começa com pequenas adaptações nos postos de trabalho. No ambiente administrativo, é essencial que os móveis e equipamentos estejam de acordo com as diretrizes da NR 17 — norma que regulamenta a ergonomia no Brasil. Isso inclui mesas com altura adequada, cadeiras com ajuste lombar, apoio para os pés, suportes para punhos e monitores posicionados na altura dos olhos.

“Em ambientes industriais, o uso de carrinhos com altura regulável e ferramentas suspensas por balancins pode reduzir a sobrecarga nas articulações”, complementa Carla. A iluminação também deve ser adequada para evitar fadiga visual e posturas compensatórias.

Outro ponto fundamental é manter a postura correta ao longo do dia. Isso significa, por exemplo, sentar com a coluna alinhada, os pés apoiados no chão ou em um suporte, cotovelos a 90 graus e punhos neutros.

“Essa postura preserva a curvatura natural da coluna, melhora a oxigenação muscular e evita compressões em nervos e vasos”, explica a fisioterapeuta.

Pausas, alongamentos e cultura de prevenção

De acordo com a NR 17, as pausas devem ser realizadas fora do posto de trabalho, sem aumento da carga de produção. Elas ajudam na recuperação psicofisiológica do colaborador, prevenindo a fadiga e o acúmulo de tensões.

“A frequência ideal pode variar, mas o importante é que o trabalhador se movimente, alongue-se e mude de posição regularmente”, afirma Carla.

Além das adequações físicas, a especialista destaca a importância da conscientização dos colaboradores. “Não adianta oferecer uma cadeira ergonômica se o trabalhador não sabe como ajustá-la ou se não entende a importância dessas medidas para sua saúde a longo prazo”, reforça.

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.